Madonna desmoralizou o erotismo. Com a sua encenação política de quinta categoria, com a sua simulação revolucionária de playground, a dama do pop avacalhou a sensualidade. Se causas políticas fossem brinquedos de sexshop, Madonna não conseguiria excitar ninguém.
Ser diva dos gays e botar Che Guevara no meio não funciona — nem como fetiche sadomasô. Guevara não tolerava gays. E tratar ditadura como símbolo de libertação não é nada sexy.
Antigamente o mise-en-scène era para chocar os burgueses. Agora são os burgueses que contratam o choque — que não choca ninguém. Quem diria? Vocês sonharam com a revolução e terminaram no colo do prefeito e do banqueiro.
Mas ninguém vai morrer de tédio. Do outro lado da revolução de mentirinha tem o êxtase dos ditos “conservadores”, que chegam correndo para odiar alegremente a bobajada feita justamente para isso — e a falsa polêmica fará a festa dos oportunistas e moralistas de todos os lados.
A distribuição de pornonaftalina para iniciantes não deixa de ser um programa social
Sinal da cruz terminando com dedo na boca — quanta ousadia! O que meio século atrás seria um desafio à repressão dos costumes hoje é só alimento para as falanges digitais se engalfinharem sem um arranhão. E lá estava a imagem do Cristo Redentor no logo da Madonna, ajudando a divulgar o show no Rio de Janeiro e mostrando que a “blasfêmia” só vai até a porta da sala do marqueteiro. Viva a revolução!
E numa revolução dessas não podia faltar Marina Silva, a eterna ex-quase-presidenciável, a ex-arrependida de se envolver com Lula, a ex-crítica da corrupção petista, a ex-musa dos intelectuais ricos e seus balaios vazios de ideias, a ex-defensora da “democracia de alta intensidade”, seja lá o que isso signifique. Mas o que Marina Silva estava fazendo no telão da Madonna? Sei lá. Pergunte ao Che Guevara.
Seja como for, não faz sentido criticar o consumo de dezenas de milhões de reais em dinheiro público num espetáculo desses. A distribuição de pornonaftalina para iniciantes não deixa de ser um programa social.
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Triste realidade que vivemos, não podemos achar que tudo isso não tem um propósito, pois tem, e esse propósito de falso moralismo “caquético”, nos faz pensar, para onde estamos indo ou queremos ir?
Fiuza, quanta saudade dos teus comentários na Oeste sem filtro! Sou teu fã.
O espetáculo do bacanal atrai o grande público, aquele que acompanha os BBBs da vida. O show sem apelação está fadado ao fracasso. A galera quer ver o circo pegar fogo!
Coluna espetacular! Parabéns, Fiuza.
Estamos vivendo a era da demagogia. A era de intelectuais com falsa mestria, fingindo profundidade em uma mente rasa. É o alienado falando de ideologia e alienação, é o ditador e cerceador das liberdades individuais e fundamentais falando em defesa da democracia e dignidade humana e o falso humanista defensor de uma ficção e crueldade que larapiou a dignidade humana com grande utopia e “santidade.” Guilherme Fiuza, é hoje o maior intelectual e escritor que existe no país e quiçá do mundo. É certamente um grande gênio da nossa literatura .
Exato.
Roubo do Oiapoque ao Chuí, todos os ladrões estão soltos e uma porção de brasileiros honestos presos e exilados, tá na hora da primavera brasileira
Nada definiu tão bem esse show de horrores quanto esse texto. O pior é que eles venderam essa pornonaftalina da idosa como se fosse realmente algo revolucionário e nobre. Nada mais decadente e constrangedor do que ser transmitido em rede nacional uma senhora simulando orgasmo, ainda por cima em um momento em que famílias inteiras eram arrastadas e morriam nas enchentes do Rio Grande do Sul – que foi covardemente ignorado nessa data.
Preciso. Cadê a sensualidade? Pois é , não tem como ser sexy aos 65 anos, mas poderia poupar seus antigos e ex fãs daquela baixaria lacradora para os desconectados da realidade e idiotas úteis . Grotesco o show .
Preciso. Cadê a sensualidade? Pois é , não tem como ser sexy aos 65 anos, mas poderia poupar seus antigos e ex fãs daquela baixaria lacradora para os desconectados da realidade e idiotas úteis . Grotesco o show .
Fiuza, inteligência, sutileza, refinamento, profundidade e domínio incomuns de temas atuais. Parabéns mestre. É um deleite ler seus artigos.
Análise sarcástica e precisa.
Fiúza é maravilhoso. Grande escritor e analista.
Maravilhoso Fiuza, bravo, amo seus textos 👋👋👋👋
“Show” brochante
Fiuza é genial. O título do artigo é tão magnífico que nem precisaria do texto deslumbrante. Dá-lhe, Fiuza.
O Guilherme Fiuza voltou com força total. Falou e disse. Obrigada Fiuza!
O Brasil tornou-se um país bizarro.
O mundo está bizarro demais!!!