Senadora reitera pedido a Gilmar Mendes para mandar Pacheco instaurar CPI

Depois das divulgação das imagens gravadas pelo sistema interno de segurança do Planalto, que mostram o ex-ministro de Lula junto com os invasores em 8 de janeiro, a senadora Soraya Thronicke (União-MS) reiterou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que julgue o mandado de segurança impetrado há mais de dois meses.

Ela quer uma liminar para obrigar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para apurar os atos de 8 de janeiro. O relator é o ministro Gilmar Mendes, que havia intimado Pacheco a prestar informações. Mas, o ministro ainda não julgou o pedido de liminar.

Na petição protocolada na quarta-feira 19, Soraya afirma que desde o ajuizamento da ação, em 16 de fevereiro, foram realizadas 32 sessões no Senado e Pacheco não instaurou a CPI. A prerrogativa constitucional de abertura da CPI, disse a senadora, está sendo “vilipendiada por ato omissivo” do presidente do Senado.

Segundo ela, as imagens divulgadas na quarta-feira 19 pela CNN Brasil, que mostram Gonçalves Dias, que foi segurança pessoal de Lula e nomeado como ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), “evidenciam a necessidade de investigação pelo Senado Federal quanto ao ocorrido naquele trágico dia, para apurar a eventual participação de civis e de agentes públicos, que, inclusive, já começam a faltar às convocações oficiais do Congresso Nacional”.

Gonçalves Dias pediu demissão do cargo ontem, em razão da repercussão das imagens.

Pacheco alega que as assinaturas foram coletadas ainda na legislatura passada e, por isso, não teriam mais validade a partir de 1º de fevereiro. Ele pediu uma nova coleta de assinaturas.

Apesar de ser autora do requerimento de uma CPI no Senado, Soraya não assinou o requerimento para a abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar o mesmo objeto. A autoria desta outra comissão pertence ao deputado André Fernandes (PL-CE), sendo mista, pois acontece entre senadores e deputados.