Prefeito do Rio denuncia extorsão de crime organizado para liberar obra do Parque Piedade

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi às redes sociais, nesta terça-feira, 9, denunciar a ação do crime organizado. De acordo com o político, um grupo vem extorquindo a empreiteira responsável pelas obras do Parque Piedade, na zona norte da cidade.

Conforme Paes, os criminosos exigiram o pagamento de R$ 500 mil à empresa. Segundo a denúncia do prefeito, caso não ocorra o pagamento, eles ameaçaram paralisar as obras.

Pela rede social Twitter/X, o prefeito comunicou a denúncia ao secretário-executivo do ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, e à Polícia Federal.

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Na sequência, Cappelli respondeu à publicação do prefeito carioca. Pelo Twitter/X, o integrante do governo Lula informou que o ministério vem recebendo relatos iguais de outros prefeitos do Estado do Rio de Janeiro.

Cappelli afirmou que é inaceitável o que chamou de “estado paralelo”. Ele ainda avisou que vai “pra [sic] cima destes bandidos”.

A postagem de Paes, com direito a marcar o arroba do perfil de Cappelli na rede social, ocorre no momento em que o hoje secretário-executivo tenta se viabilizar como ministro da Justiça e Segurança Pública.

Filiado ao PSB, Cappelli é braço direito de Flávio Dino, que se prepara para deixar o Poder Executivo para, consequentemente, assumir a condição de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Dino foi indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e teve o nome validado pela maioria dos senadores.

Cappelli não é, contudo, o único postulante à sucessão de Dino no Ministério da Justiça. De acordo com o jornal O Globo, o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski pode ficar com a vaga. Além disso, o advogado petista Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, também surge na disputa pelo cargo no primeiro escalão do Executivo federal.

Denúncia do prefeito do Rio

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais apura a denúncia feita publicamente por Paes.

Segundo uma reportagem de O Globo, na tarde de segunda-feira 8, um grupo de três pessoas foi até o canteiro cobrar o pagamento.

“Ou paga ou a obra do Parque Piedade não sai”, teria dito um dos membros do grupo.

Depois da ameaça, a empresa notificou a prefeitura da extorsão feita.

Segundo o Ministério Público, o crime se tornou comum em outras regiões da capital fluminense.

Porém, essa foi a primeira vez que tentaram extorquir a obra feita em Piedade, iniciada em setembro do ano passado, com a demolição de dois prédios que pertenciam ao antigo Colégio Piedade, dentro da área de cerca de 18 mil m² onde ficava o campus da Universidade Gama Filho.

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O local da obra que o prefeito do Rio menciona

O local estava abandonado desde 2014, com a falência da instituição privada de ensino. A promessa da prefeitura é de inaugurar o novo parque até o fim do ano que vem. O custo da obra é de R$ 58 milhões.

Além disso, a Prefeitura do Rio de Janeiro vai gastar mais R$ 47 milhões com a desapropriação da área. O depósito do valor, a saber, ocorrerá em juízo.

Em nota, a Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro afirma que “está acompanhando os casos de extorsões em diversos canteiros espalhados pela cidade.”

A entidade também ressaltou que aguarda “a solução por parte das autoridades competentes para que as obras sejam realizadas sem violência, preservando vidas e cumprindo o cronograma esperado pela população”.

A obra

A obra, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Infraestrutura, prevê a construção de áreas de lazer para atender aos moradores do bairro de Piedade e redondeza.

O projeto também inclui um centro cultural, esportivo e educacional, erguido em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro.

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