No interior de Minas Gerais, Paracatu pode ser considerada a capital brasileira do ouro. Trata-se do município com a maior arrecadação de impostos com a produção nacional desse mineral no país. O produto interno bruto (PIB) per capita local é alto, mas não é tão elevado quanto o de Sorriso (MT) — o detentor da maior safra de soja do Brasil.
As minas paracatuenses produziram por volta de R$ 480 milhões com ouro em 2022, considerando o valor arrecadado com a taxa de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (1,5%). No mesmo intervalo, a safra de soja sorrisense fechou em R$ 5,8 bilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB por habitante na capital do ouro é de R$ 76 mil por ano. Apesar de superar em duas vezes a média nacional, a cifra é 40% menor que a de Sorriso. No município onde a soja é a grande riqueza, o valor médio da produção anual por morador é de quase R$ 132 mil.
A capital do ouro nasceu antes que a da soja
Paracatu virou cidade em 1840, quando o Brasil ainda era um império. Sorriso não passava de uma pequena vila em 1980. Ainda assim, o município que lidera a produção do grão tem mais moradores, carros, dinheiro circulando e oportunidades.
A capital da soja abriga 110 mil habitantes e a taxa de ocupação está em quase 43%. De acordo com o IBGE, a população local mantém uma frota com 91 mil veículos e, em 2021, gerou um PIB de R$ 13,5 bilhões — valor mais atualizado.
Ao mesmo tempo, Paracatu abriga 94 mil moradores e a taxa de ocupação local é de 26%. A frota municipal é de pouco menos de 55 mil veículos e o PIB é de US$ 7 bilhões.
Além disso, o município mineiro ostenta o título de ser a capital de um recurso finito — diferentemente da soja, não é possível plantar ouro e não há fertilizante que faça uma mina renascer.