Melhores momentos do debate presidencial nos EUA:
— A minha Casa Branca é mais branca que a sua.
— Racista!
— Repete, se tu é homem.
— Racista, racista, racista!
— Quem repete três vezes não é homem.
— Falei uma vez e repeti duas, seu ignorante.
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— Não, você já tinha falado uma e repetiu três. Não sabe nem fazer conta e quer governar a maior potência mundial.
— Vidas negras importam.
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— Não falei de vidas negras. Falei de Casa Branca.
— Supremacista é assim mesmo: só fala de brancura e depois nega o preconceito ariano.
— Geminiano.
— O quê?
— Você disse meu signo errado. Fake news!
— Fake news é você, não falei de signo! Ariano se refere à raça branca, que o Hitler queria que esmagasse as outras.
— Hitler era de esquerda.
— De direita.
— Esquerda.
— Direita, direita, direita.
— Batendo o pezinho assim no chão você pode até convencer o eleitor de que não é uma múmia paralítica.
— Sua declaração é altamente preconceituosa. Vou pedir seu impeachment.
— Não tem preconceito nenhum. Só acho que as múmias gastam muito esparadrapo.
— Você está defendendo a redução das verbas para a saúde?
— Não. Só acho que o contribuinte não devia carregar nas costas múmias como você.
— E essa sua tintura laranja? Por que o povo tem que arcar com isso?
— Meus gastos pessoais são privados. Na minha cabeça, quanto menos Estado, melhor.
— Não falei de gasto. Falei de gosto. O povo norte-americano é visualmente agredido toda vez que você aparece na televisão com esse penteado de fogueira amazônica.
— Não foge pro Brasil. Estamos falando da América.
— Brasil também é América.
— Não é.
— É.
— Não é.
— América do Sul. Meu pensamento é planetário.
— Estratosférico.
— Também. Eu penso no planeta e em todas as suas camadas. Viva a diversidade. Você só pensa no seu quintal.
— Não vai me chamar de xenófobo?
— Vou. Xenófobo e chinófobo.
— O quê?
— Chinófobo. Tem preconceito contra a China.
— Chinófobo deveria ser fobia, não?
— Dá no mesmo.
— Como você quer governar os Estados Unidos da América se não sabe nem a diferença entre fobia e preconceito?
— Sei a diferença. Só estou dizendo que os dois se fundem em você.
— É verdade. Tenho fobia e preconceito contra a mentira.
— Desde quando? Hoje de manhã? E a Rússia?
— E a Ucrânia?
— E a gambiarra no imposto de renda?
— E a gambiarra no FBI?
— Vou cantar o hino ajoelhado enquanto você estiver nessa cadeira.
— Vou esperar sentado você desistir de ficar de joelhos pra terrorista.
— Repete se tu é homem.
— Múmia paralítica e, como se não bastasse, surda.
— Preconceituoso e arregão.
— Demagogo e frouxo.
— Racista e misógino.
— Mis… o quê?
— Miss cabeça de queimada 2020.
— Bucha de antifa.
— Quem sabe de Bush é você.
— Falei bucha, animal.
— Como se chama quem tem preconceito contra os animais?
— Acho que é bichofóbico.
— Homofóbico!
— Não foi isso que eu disse.
— Eu sei. Mas bichofóbico me lembrou homofóbico, e eu te chamo do que eu quiser, porque isso aqui é uma democracia.
— Não era fascismo?
— Depende do ponto de vista.
— OK.
— Eu sabia que eu ia vencer.
— Quem venceu fui eu. Só estou ajudando o eleitor que não aguenta mais te ouvir.
— Então me despeço aqui pra ajudar o eleitor que não aguenta mais te ver.
— Goodbye.
— Goodbye.
Essas foram as principais propostas dos candidatos. Reflita e exerça o voto consciente.
Nesta edição leia mais sobre o debate eleitoral norte-americano nos artigos “O crescente radicalismo democrata”, de Rodrigo Constantino, e “O debate caótico e o futuro dos EUA”, de Ana Paula Henkel