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Foto: Revista Oeste/Midjourney
Edição 214

De volta ao século 15

A questão não é regular a internet no futuro. É aplicar a lei que existe no presente. Se o sistema judicial falha nessa tarefa, a culpa não é da tecnologia, nem da liberdade, nem de Elon Musk

J. R. Guzzo
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O ministro Alexandre de Moraes disse há pouco que na virada deste século não havia redes sociais, e por isso a vida era melhor para todos. “Éramos felizes e não sabíamos”, lamentou ele diante do presidente do Senado e de sua aprovação automática. Não chamou a atenção de ninguém, no estado de anestesia em que o Brasil vive atualmente, a pura e simples enormidade que o ministro acaba de dizer. Foi uma proclamação pública de inconformismo contra o progresso geral da humanidade e a favor da ignorância. É um manifesto exigindo que as descobertas do espírito humano sejam submetidas à aprovação da autoridade pública. É a obsessão cada vez mais neurótica para manter o conhecimento sob o controle do Estado e da polícia. É a hostilidade aberta à tecnologia — e, sobretudo, às franquias que o avanço tecnológico oferece ao pensamento livre.

O ministro e os seus defensores negam tudo isso e sustentam que estão apenas querendo proibir o “mau uso” da internet. É como se estivessem querendo proibir o mau uso da álgebra. O STF pode passar o resto da vida tentando garantir que o estudo das relações entre os números não gere fake numbers, não seja uma “terra sem lei” e não ameace a democracia. Não vai conseguir nada. A evolução da ciência e da tecnologia, muito simplesmente, trafegam num plano que não está sob o controle do STF. Alexandre de Moraes não aceita isso — admite, em teoria, que o avanço científico e tecnológico é positivo, mas a utilização dos seus frutos tem de depender de licença da autoridade superior. O resultado é que deram a si próprios o direito de dizer ao cidadão: “Você só pode pensar até aqui”. É óbvio que o uso de qualquer avanço da ciência tem de ser limitado pela lei — até o uso da roda foi regulamentado. Mas não é isso o que estão querendo.

A evolução da ciência e da tecnologia, muito simplesmente, trafegam num plano que não está sob o controle do STF. Alexandre de Moraes não aceita isso | Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O que estão querendo, isso, sim, é reprimir o direito natural do ser humano a se beneficiar das conquistas trazidas pelo progresso. A livre expressão nas redes sociais, de fato, já obedece há muito tempo a regras e a restrições que protegem os direitos do cidadão contra todo tipo de dano que possa ser causado pelo que dizem os outros. Na verdade, há uma bateria legal completa que responsabiliza dos pontos de vista criminal, civil e financeiro qualquer coisa que possa ser escrita ou falada em público. O resultado prático é que não existe rigorosamente nada que possa ser dito nas redes sociais, ou em qualquer lugar, e não esteja sujeito à punição por parte da Justiça brasileira — do insulto pessoal à pregação do racismo. A questão não é regular a internet no futuro. É aplicar a lei que existe no presente. Se o sistema judicial falha nessa tarefa, a culpa não é da tecnologia, nem da liberdade, nem de Elon Musk.

O fato concreto é o seguinte: quem quer regular as redes sociais em nome do bem não quer justiça, nem está interessado na verdade. Quer apenas o poder de proibir a publicação de tudo aquilo que não quer que seja publicado. É uma tara que acompanha a humanidade há pelo menos 600 anos — desde que Gutenberg inventou a máquina de imprimir no século 15 e mudou para sempre os destinos do homem. Tornou-se possível, prático e inevitável, a partir dali, fazer com que qualquer tipo de pensamento pudesse circular entre todos os que soubessem ler — então uma minoria, mas uma minoria que deixava em estado de pânico o rei, a Igreja Católica e os ricos. Eles detinham o monopólio do conhecimento e sabiam que o acesso de mais gente ao mundo das ideias era uma sentença de morte, no longo prazo, para a sua ditadura — bastava que as pessoas fossem aprendendo a ler. Era um perigo; a primeira reação dos poderosos foi criar a censura.

As redes sociais, hoje, são a prensa de Gutenberg multiplicada ao infinito. Quem sabe ler não é mais a minoria; são quase todos, e eles contam com a internet. Pela primeira vez desde a invenção da escrita, praticamente toda a população do planeta, ou 8 bilhões de seres humanos, pode ler tudo o que é publicado — e, muito pior ainda, pode escrever tudo o que pensa. É um pesadelo para Alexandre de Moraes, o STF que se pendura nele e a esquerda mundial. Manifestação de pensamento, para todos, é algo que deve ficar encarcerado dentro dos “veículos de comunicação”, onde é possível, ou muito mais fácil, fazer o que a Igreja e a polícia faziam com os livros. Imprensa e jornalistas de aluguel, por razões financeiras ou ideológicas, podem ser controlados. De mais a mais, toda a mídia é cada vez menos lida, vista ou ouvida pelo público em geral; tanto faz, a rigor, o que diz ou não diz. A internet é uma outra conversa.

As redes sociais, hoje, são a prensa de Gutenberg multiplicada ao infinito | Foto: Revista Oeste/Midjourney

Alexandre de Moraes, quando fala de redes sociais, não está olhando para o futuro. Está querendo voltar ao século 15, quando o papa, o czar da Rússia e os gatos gordos que não tinham conexões com os sistemas de produção eram felizes e não sabiam. Não foi possível, na ocasião, acabar com a imprensa, como não é possível, hoje, acabar com a internet. A solução da época foi criminalizar o conteúdo dos livros — e mandar os acusados de fake news, de ideias desordeiras e de textos não aprovados para o tribunal na Inquisição ou para um cárcere na prisão da Bastilha, sem possibilidade de recurso à instância superior. A solução proposta hoje pela militância da “regulamentação” das redes é a censura, os inquéritos perpétuos do STF e a penitenciária da Papuda. Não está claro para onde isso vai. A internet é um produto da tecnologia, e a tecnologia só pode ser detida pela ação das ditaduras.

O grande mal do mundo, diziam os ditadores de outros séculos, era a má utilização do saber. O grande mal do século 21, diz o ministro Moraes, é a má utilização da internet

O propósito fundamental, de qualquer forma, é expulsar o maior número de pessoas possível dos territórios onde o conhecimento circula — e banir as massas para o campo de concentração mental em que não há ideias próprias, nem opiniões, nem pensamentos não autorizados pelo Estado. É a atitude de sempre para os que têm horror às maiorias. Antes de Gutenberg as instituições exigiam que a Bíblia fosse publicada apenas em latim — se saísse em inglês, em francês, em português ou em qualquer língua entendida pela população, havia o risco de o homem comum ficar sabendo o que estava realmente escrito lá e fazer juízos pessoais a respeito. Era proibido falar mal do senhor feudal, reunir-se fora da missa ou reclamar da autoridade. Era um crime, em suma, pensar — e, mais ainda, dizer em público o que se pensava. Qual é a diferença real entre tudo isso e a censura disfarçada em “colocar ordem” nas redes sociais?

O grande mal do mundo, diziam os ditadores de outros séculos, era a má utilização do saber. O grande mal do século 21, diz o ministro Moraes, é a má utilização da internet — ele já disse, aliás, que o Brasil ganharia uma explosão de produtividade se não existisse o telefone celular. Sua ideia para eliminar essa calamidade e nos devolver a felicidade perdida é censurar postagens, proibir cidadãos de escreverem nas redes sociais, dar multas de R$ 100 mil por hora, bloquear contas bancárias, indiciar Elon Musk em inquérito. Nada disso, é claro, respeita o processo legal — nem poderia respeitar, porque é tudo rigorosamente contra as leis em vigor no Brasil. A censura, para começar, é ilegal. Está proibida pelo artigo 5º da Constituição, e o que o ministro faz é censura direto na veia. Os conteúdos suprimidos, diz a esquerda, atentavam “contra a democracia”, e isso é proibido. Mas quem decidiu, dentro de um mínimo de legalidade, que atentavam contra a democracia? E como poderiam ser contra a democracia coisas que nem foram publicadas — como estabelece a censura prévia?

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, revelou há pouco, repetindo uma convicção pública de Alexandre de Moraes e da Polícia Federal, que existiria no momento uma “articulação mundial” da “extrema direita” em torno das redes sociais. Não se sabe exatamente para que, nem quem está conspirando, mas, pelo tom de Barroso, coisa boa com certeza não é. Sua última teoria, por sinal, reduz o fenômeno histórico da internet à aplicação de um “modelo de negócio”. Ou seja, não aconteceu nada com o mundo — tudo se resume a uma invenção capitalista estrangeira para ganhar dinheiro. Não é só Barroso. A maior parte da imprensa brasileira e dos jornalistas que trabalham nela é plenamente a favor da censura, que chama, como o STF e o governo Lula, de “controle social da mídia”. Acham que as redes sociais são uma cena de crime. Que estão “infestadas” de “bolsonaristas”, e têm de ser postas sob o controle de um comissariado que vai acabar com as “notícias falsas”.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, diz que existiria no momento uma “articulação mundial” da “extrema direita” em torno das redes sociais | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O que acontece na vida real é exatamente o contrário. A conspiração mundial que existe, na verdade, é para reprimir a liberdade de expressão. Na Austrália, como no Brasil, Musk e o seu X estão sendo perseguidos por um “eSafety Commissioner” do governo; também lá as autoridades censuram o que a plataforma publica. No Canadá, o “Online News Act” tirou a Meta do noticiário. Nos Estados Unidos, a presidente da National Public Radio do governo, Katherine Maher, anunciou que o combate à “desinformação” é sua prioridade — e que o grande obstáculo que está encontrando nessa missão é “a Primeira Emenda da Constituição” americana. Ou seja: uma das maiores conquistas da civilização humana, o mandamento constitucional que estabeleceu as liberdades de opinião, de religião e de reunião nos Estados Unidos, se transformou hoje num “problema”. O STF, de fato, não está sozinho.

Leia também “O presidente do nada”

54 comentários
  1. Fernando Laserra Lima
    Fernando Laserra Lima

    Ótimo texto!

  2. Julio
    Julio

    O ministro é inteligente e sabe que não é verdade verdadeira a frase que utilizou.
    Ganhamos muito com as redes sociais, a democracia melhorou, interromper parte ou total a rede é voltarmos à ignorância .

  3. Gilberto F Motta Maia
    Gilberto F Motta Maia

    Alexandre de Moraes gostaria que a comunicação fosse por sinais de fumaça. Ficaria mais fácil apagar as fogueiras e ficarmos todos nas trevas.

  4. Roberto Doglia Azambuja
    Roberto Doglia Azambuja

    Eles falam em fake news, desinformação e discurso de ódio, mas não definem nenhuma das três entidades. Eu defino: fake news é o que eu não quero que você revele, desinformação é a verdade que não deve aparecer, discurso de ódio é o que eu faço e atribuo a você. É só isso.

    1. Francisco Valberto Paes Rodrigues
      Francisco Valberto Paes Rodrigues

      Brilhante, definição!¡

  5. Luiz fernando Chalet ferreira
    Luiz fernando Chalet ferreira

    Não dá pra deixar passar a clareza na escrita e na informação com a devida opinião imparcial,, O poder de síntese não é pra qualquer jornalista .

  6. Paulo Kubota
    Paulo Kubota

    Texto maravilhoso!

  7. Antonio de Souza Neto
    Antonio de Souza Neto

    Como sempre cirúrgico, preciso, claro. Como sempre de parabéns, Guzzo.

  8. Celso Ricardo Kfouri Caetano
    Celso Ricardo Kfouri Caetano

    Parabéns Guzzo texto claro e preciso……..com as devidas ressalvas pela época e condições, mas lembra bem a Igreja Católica na idade média que mandava para a fogueira livros por ela considerados hereges ou melhor subtraia-se ao individuo obter outros conhecimentos diferentes daqueles emanados pela igreja ou autorizados por ela. Dá para imaginar a quantidade de conhecimento e sabedoria que foi queimada nessa tresloucada obsessão.

  9. Gilberto Henrique Fleury Guimaraes
    Gilberto Henrique Fleury Guimaraes

    Fico impressionado com as vantagens conquistadas pelo “poder autoriário” no mundo e, mais impressionado ainda, com as conquistas do “poder autiritário” no Brasil.
    O que aconteceu conosco?
    O que, a mídia interesseira e comerciária, os poderes interesseiros e comeciários, os legisladores, interesseiros e comerciários, os executivos atuais e passados, interesseiros e coomerciários, enfim, todos os participantes do status quo, afirmo, nada ideológicos, mas interesseiros e comerciários, sendo nesse momento, interessados em “livrar o próprio -rabo- “, tentam fazer conosco e com a LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
    Esse ministrinho pulha e seus asseclas, não fazem mais do que tentar livrar o próprio …., de maus feitos ao longo de suas “carreiras políticas.
    Eles não vão e não podem interromper o avanço da tecnologia, a favor da informação.

  10. Antonio Cavalcante da Silva
    Antonio Cavalcante da Silva

    Espero que um dia, respeitadas as proporções, tenhamos o nosso tribunal de Nuremberg julgando as transgressões constitucionais dos dias atuais!

  11. Ivaldo de Holanda Cunha
    Ivaldo de Holanda Cunha

    O Guzzo nos representa sem ser um parlamentar. Parla Guzzo.

  12. JAIME KOPSTEIN
    JAIME KOPSTEIN

    Mestre Guzzo, absolutamente no alvo. Obrigado

  13. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Gente do naipe de Alexandre de Moraes tem saudade do tempo pré internet porque ficavam somente mídia paga com dinheiro público, como a Globo, que recebe para satisfazer seu chefe (governo).

  14. Marilza Rodrigues
    Marilza Rodrigues

    “O Passado Promete” GF

  15. ROBERTO MIGUEL
    ROBERTO MIGUEL

    Para os tiranos a livre manifestação do pensamento é crime como a livre pensar. vejam os nossos esquerdistas e jornalulistas, todos falam sempre a mesma coisa. Alguém toca a corneta e a matilha da imprensa sai atras.

  16. Antonio Almeida
    Antonio Almeida

    Foi o primeiro artigo de Guzzo que não consegui ler até o fim. Guzzo tem uma ignorância profunda sobre história e Igreja Católica e reflete bobagens contra ela que refletem esta ignorância. Traduções da Bíblia para línguas locais já existiam muito antes do desenvolvimento da imprensa por Gutenberg. A Bíblia era debatida muito antes do século XV, obviamente pelos poucos que sabiam ler, mas isso são outros quinhentos.

    1. Ed Camargo
      Ed Camargo

      Hitler”, escreveu para Herman Rauschning, um escritor e político em 1939, “tenho um profundo respeito pela Igreja Católica e pela ordem jesuíta, não por causa da sua doutrina cristã, mas por causa da “estratégia que elaboraram e controlaram, e do seu sistema hierárquico, das suas tácticas extremamente inteligentes”. Seu conhecimento da natureza humana e seu uso sábio das fraquezas humanas para governar seus crentes.

      1. Antonio Almeida
        Antonio Almeida

        “Quando aconteceu a revolução na Alemanha, olhei com confiança as universidades, pois sabia que sempre se orgulharam de sua devoção por causa da verdade. Mas as universidades foram amordaçadas. Então, confiei nos grandes editores dos diários que proclamavam seu amor pela liberdade. Mas, do mesmo modo que as universidades, também eles tiveram que se calar, sufocados em poucas semanas. Somente a Igreja permaneceu firme, em pé, para fechar o caminho às campanhas de Hitler que pretendiam suprimir a verdade. Antes eu nunca havia experimentado um interesse particular pela Igreja, mas agora sinto por ela um grande afeto e admiração, porque a Igreja foi à única que teve a valentia e a constância para defender a verdade intelectual e a liberdade moral.”
        Albert Einstein para a revista Time em dezembro de 1940

  17. Georges Evangelos Fassolas
    Georges Evangelos Fassolas

    No Brasil Colônia era proibido pela coroa portuguesa imprimir jornal no Brasil,naquela época os brasileiros somente podiam ler jornais impressos em Portugal

  18. CARLOS ALBERTO DE MORAES
    CARLOS ALBERTO DE MORAES

    Realmente, não precisamos de novas leis para regulamentar a Internet. É o mesmo que hoje temos de alguém publicar algo errado na imprensa ou na televisão.

  19. CARLOS ALBERTO DE MORAES
    CARLOS ALBERTO DE MORAES

    Realmente, não precisamos de novas leis para regulamentar a Internet. É o mesmo que hoje temos de alguém publicar algo errado na imprensa ou na televisão.

  20. MB
    MB

    Não estão sozinhos, mesmo. O incrível é como conseguiram tanta adesão de gente mais velha e experiente? É só por grana?

    1. Antonio Almeida
      Antonio Almeida

      Foi o primeiro artigo de Guzzo que não consegui ler até o fim. Guzzo tem uma ignorância profunda sobre história e Igreja Católica e repete bobagens contra ela que refletem essa ignorância. Traduções da Bíblia para as línguas locais já existiam muito antes do desenvolvimento da imprensa por Gutenberg. A Bíblia era debatida muito antes do século XV, óbvio que pelas poucas pessoas que sabiam ler na época, mas isso eram outros quinhentos.

      1. Antonio Almeida
        Antonio Almeida

        Foi o primeiro artigo de Guzzo que não consegui ler até o fim. Guzzo tem uma ignorância profunda sobre história e Igreja Católica e repete bobagens sobre ela que refletem esta ignorância. Traduções da Bíblia para línguas locais já existiam muito antes do desenvolvimento da imprensa por Gutenberg. A Bíblia era debatida muito antes do século XV, obviamente pelas poucas pessoas que sabiam ler na época, mas isso eram outros quinhentos.

  21. MB
    MB

    Perfeitamente. Nós já somos péssimos no PISA, e essa gente quer por que quer nos enfiar no mundo atrasado, dominado, dependente. Por que tudo isso, afinal?

  22. Vicente Lino
    Vicente Lino

    Extraordinário Guzzo. Que o “consorcio” leia e aprenda.

  23. Antonio Carlos Neves
    Antonio Carlos Neves

    Guzzo, não te parece que tem a intelectualidade tucana (FHC & CIA) no projeto da descondenação e volta de Lula para derrotar o governo Bolsonaro? Como entender um partido que em 2014 questionou as urnas eletrônicas e defendeu o VOTO IMPRESSO, calar-se diante da descarada interferência de Barroso na CCJ da Câmara Federal, trocando lideranças, quando o VOTO IMPRESSO estava praticamente aprovado?.
    Fizeram o “L”, não condenaram a excessiva intromissão do TSE contra o candidato Bolsonaro e conseguiram em tão pouco tempo, libertar LULA e conduzi-lo a presidência da República. Não sei se tinham intenção, mas estão colaborando com a destruição dos valores conservadores, liberais e religiosos que até recentemente observávamos em Alckimin e com a economia do pais. Vale dizer que fui tucano, admirei e votei sempre nesses INÚTEIS acreditando fossem liberais de centro direita e honestos até 2019, ano que FHC, DORIA e celebridades tucanos se revelaram maus carácteres e tudo fizeram junto com o CONSORCIO IMPRENSA/STF/LULA para destruir as conquistas do governo Bolsonaro. Continuo centro direita e portanto atualmente bolsonarista.
    Guzzo, recomendo que a Revista Oeste inicie um programa de entrevistas com essa gente do PSDB. Lembro que Arthur Virgílio em recente entrevista demonstrou apoio a Bolsonaro e condena as ações do seu ex partido, e quem sabe consiga convencer FHC a nos dar longa entrevista.

    1. João Cirilo
      João Cirilo

      Mas é óbvio que tem toda a intelecutalidade tucana e até a falta dela no engodo, a começar pelo tucano de alma na vice-presidência. Só inventaram lulalivre quando Alckmin ficou com 5% dos votos em 2018.

  24. DONIZETE LOURENCO
    DONIZETE LOURENCO

    Análise impecável de J. R. Guzzo.
    “O conhecimento só é útil quando aplicado com sabedoria”.
    Esta frase de Ney Amintas de Barros Braga, sintetiza o momento que o mundo vive atualmente.
    Existe mau uso da Internet? Claro que sim e qualquer calouro da pior faculdade de direito do país sabe disso e também sabe como combater com uso da legislação em vigor.
    O que assusta o sistema é que hoje às segundas-feiras no intervalo do cafezinho na copa da empresa as pessoas não comentam mais: você viu ontem no Fantástico?
    Agora as pessoas tem liberdade para ver o quê e quando desejar assuntos de qualquer natureza e isso tira o sono dos poderosos e seus asseclas.
    Joana d’Arc foi levada à fogueira da inquisição após um julgamento manipulado.
    Galileu Galilei só não teve o mesmo destino porque desmentiu que a teoria do heliocentrismo estava errada. Ele sabia que não estava, mas fez isso para salvar sua vida.
    Sophie Scholl, uma estudante germânica de 21 anos foi presa e decapitada pela SS Nazista por condenar o regime de Adolf Hitler.
    Aqui tivemos Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, e o único responsável, ainda impune, é Alexandre de Moraes.
    Espero não termos que esperar por situações piores que essa para a nação voltar aos seus trilhos.

    1. João Cirilo
      João Cirilo

      O caso Galileu merece um “menas”, não é mesmo? Não tem nada a ver com heliocentrismo, até porque havia mais de dois séculos que um padre, o polonês Copérnico já o demonstrara. O mau do italiano foi sua arrogância, querendo que a igreja mudasse versículos da Bíblia, como se fosse importante para a salvação do povo rústico que a Terra gira em torno do Sol ou vice-versa ou mesmo que é plana, conforme muito bem pontuou São Roberto Belarmino, então inquisidor.
      E a comparação não colhe ainda por conta de uma questão pessoal: Galileu que privava da admiração e respeito do Papa Urbano VIII não se vexou em satirizar o próprio papa num escrito e em conferências.
      Se pudéssemos fazer um paralelo, Galileu está para Xande et caterva enquanto a igreja está para todos nós.

  25. Marisa da silva goncalves
    Marisa da silva goncalves

    Parabens Guzzo, brilhante texto.

  26. Maria Gabriela C Picarelli
    Maria Gabriela C Picarelli

    Acho que é o primeiro artigo do autor que não gosto. A inquisição julgava apenas os católicos por heresias, não exatamente a figura feita no artigo.

    1. João Cirilo
      João Cirilo

      Positivo, concordo.

  27. HEITOR ANTONIO PAGNAN
    HEITOR ANTONIO PAGNAN

    Magistralmente escrito. Um verdadeiro espadachim do português. Leitura obrigatória para todos.

  28. RODRIGO LOURENCINI PALAORO
    RODRIGO LOURENCINI PALAORO

    Parabéns Guzzo. São décadas de militância de professores universitários, que deixaram de usar o ambiente científico para debater politicas públicas de maneira imparcial, olhando todos os lados da moeda, até para se criar opiniões imparciais no meio acadêmico para subsidiar a política. Mas não, a universidade há anos escolheu um lado e emburreceu o discurso, nada menos idiota para um local ode se deve debater ideias. Que Deus proteja nossa nação da ignorância.

  29. Liliane Maria Lemos De Paula Martins
    Liliane Maria Lemos De Paula Martins

    Parabéns por mais um texto impecável .

  30. ELIAS
    ELIAS

    Mais um artigo magistral de J R Guzzo. Para ser lido por todos, jovens ou não, que tenham algum apreço pela liberdade.

  31. Marcos Falcão de Paula Soares
    Marcos Falcão de Paula Soares

    Texto sensacional Guzzo.
    Printei e imprimi no papel! Que aula de história!
    Controlar a internet é impossível. Ainda mais em breve com a Starlink. Governo não terá controle nenhum sobre a livre disseminação da informação.

  32. MARCIO MARQUES PRADO
    MARCIO MARQUES PRADO

    Com o bolsa família bombando, na criação do governo eterno e a ignorância, com a supressão da internet, ficamos do jeitinho da renascença: a verdade bem guardada nos mosteiros.

  33. Lidia Angelica Samico Tavares
    Lidia Angelica Samico Tavares

    Simplesmente sensacional! “Sem liberdade de pensamento, não pode haver sabedoria; Nem liberdade do povo, sem liberdade de expressão”. (Benjamin Franklin, 1722).

  34. Jorge Augusto Santos
    Jorge Augusto Santos

    O cere a psicopata não vencerá em determinado momento o comando atual das forças armadas será deposto e preso pelos oficiais do bem , aplaudidos pelo povo brasileiro obrigarão os STF renunciar em bloco e serão deportados para Venezuela o nine molusco também renunciará e será deportado para Cuba. O baba ovo assumirá mas devidamente enquadrado

  35. MARIA TEREZA SILVEIRA BOHME
    MARIA TEREZA SILVEIRA BOHME

    Muito boa comparação!!! Adorei!!!

  36. Antonio Carlos Cardoso Pereira
    Antonio Carlos Cardoso Pereira

    Fuso, excelente com sempre. Precisamos muito da OESTE.

  37. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Quando não existia as redes sociais nós éramos infelizes e não sabia. A evolução é intrínseca ao cosmo, somos parte dele

  38. João Cirilo
    João Cirilo

    Sim, é verdadeiro que a Igreja Católica se opôs firmemente à difusão indiscriminada da Bíblia, principalmente quando não em latim. Mas, como escreveu São Paulo na 1Tim, a “Igreja é o sustentáculo da Verdade”. E de quebra a compiladora da Bíblia, a ordenadora do “cânon” do Novo Testamento e da preservação do antigo (quando os judeus excluíram, sem fundamento, os chamados “deuterocanônicos”, pelo ano 100).
    Notem a absoluta diferença entre lá e cá.
    A partir dos idos do Séculos XIV a Igreja cerceou a difusão imoderada, à proliferação de interpretações desmioladas, aos escritos nefastos e antidoutrinários que pululavam com a invenção de Gutemberg. Preservava o teor, o cerne do que havia compilado e defendido no correr dos séculos.
    Cá é diferente. Estamos numa situação onde o guardião da lei é o primeiro a feri-la. Onde a Constituição Federal é pisada, repisada, rasgada e vilipendiada todos os dias justamente por quem tem o dever de guardá-la e bem aplicá-la.
    A Igreja defendeu o que lhe deu razão de existir. O STF espezinha o que lhe dá existência.

    Situações absolutamente díspares.

  39. Cátia Deon Dall’Agno
    Cátia Deon Dall’Agno

    A grande mídia quer controlar as redes sociais única e exclusivamente por interesses econômicos . Sabem que estão fadados à extinção

  40. Cátia Deon Dall’Agno
    Cátia Deon Dall’Agno

    A grande mídia quer controlar as redes sociais única e exclusivamente por interesses econômicos . Sabem que estão fadados à extinção

  41. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    Tchê, o negócio é mais profundo do que encontrar a saída do universo. Leia um pouco sobre O LIVRE ARBÍTRIO. É interessante. Por outro lado, já conduzido comentário aqui, é de que Moraes e seus cúmplices mostra prepotência ao generalizar. Para ele a maioria da população é burra e ignorante e não sabe se defender do mau uso das redes sociais. Hoje em dia, grande parte da população já sabe como domar intrusos e desafiantes dos princípios éticos, justos, democráticos e republicanos. A maioria, na verdade, utiliza as redes para se comunicarem com parentes, com clientes, com parceiros de trabalho e também notícias que seriam de jornais e radififusão. Brincam, gozam, ciram críticas e se encorajam e dar sua opinião que não podia circular antes da internet. Eu, pessoalmente, caro articulista, esdcolho meus amigos no facebook (nã otenho celular) e estou escaneando meus comentários em rádios, jornais e revistas que participaa também como colunista aqui no fundo do sertão. Eu não sou bobo como quer o Moraes. Ele, se perguntado, não saberia conceituar direita, esquerda, centro, ultra direita, extrema0direita, extrema esquerda, comunismo, nazismo, fascismo, ditatura e, pasme, nem sabe o que é democracia. Nunca discutiram mudanças no sistema ilegítimo de escolha de ministros para o Supremo. Ele deseja que continue assim. Uns dois três da panela disputam o cargo com a benevolência do senado, sem disputa de idéias, conceitos, princípios e conhecimento. Afinal, o STF é uma miragem.

  42. Teresa Guzzo
    Teresa Guzzo

    O grande problema de Alexandre de Moraes não será nunca resolvido com mais censura e controle social.Impossivel regular.as redes sociais,vieram para ficar,não tem como retroceder.O brasileiro e o resto do mundo possui a capacidade de pensar e escolher mas tirano é assim mesmo,perder o poder de de mandar e ser obedecido não passa de uma ilusão.

  43. Ed Camargo
    Ed Camargo

    Ter asas para voar, mas não poder abri-las livremente é a razão dos pesadelos. Se não houver liberdade dentro de você, você não inspirará ninguém. Se uma estrela nascer apenas no céu e não em você, você não verá a luz. Obrigado mestre Guzzo por sua inspiração.
    Ontem assisti ao último capítulo ou episódio de uma série feita para TV a qual recomendo. Fiz o download do streamming ou recebi a transmissão através do app chamado “Hulu” essa é uma plataforma alternatina para você não gastar seu dinheiro na Globo-Play-Lixo e não se preocupe com o preço, somente a beleza e sabedoria de “Mariko-sama” já justifica o valor. O nome dessa série é “Shōgun”, mostra um Japão feudal do século XVI, nesta época o Japão era dividido por tribos feudais cada uma com seu Mestre ou Lorde o qual era totalmente respeitado pelos seus vassalos, seu desejo era considerado como uma ordem ou missão a ser cumprida sem qualquer hesitação. “Perceba o corolário com o nosso STF e a situação caótica que nos encontramos”. Além disso, um vassalo nunca esperava que o seu mestre recompensasse os seus serviços ou mesmo os reconhecesse: Servir é dever, Dever é samurai, Samurai é imortalidade. Por exemplo se seu lorde chamá-lo, você vem imediatamente e se ajoelha diante do mestre, então ele pode comendá-lo por sua bravura ou condená-lo por sua fraqueza, no caso de bravura a recompensa tipicamente seria terras onde você ganharia riqueza e status, ou no caso de condenação o lorde demanda um “seppuku” que é um suicídio assistido entre a classe de “Samurais”, neste caso você escolhe seu segundo que terá a honra de cortar sua cabeça logo após você ter aberto seu abdômen com uma espada curta, esse método garante uma morte vagarosa e agonizante por isso seu segundo fica de prontidão com a espada em mãos e um golpe certeiro, decepa, separando sua cabeça de seu corpo. Somente vivendo à beira da morte você poderá compreender a alegria indescritível da vida. O mais interessante é que antes do “seppuku” o samurai escreve um poema da morte, um deles escreveu: “O que são nuvens. Senão uma desculpa para o céu? O que é a vida, senão uma fuga da morte? Mas toda a série trata-se de um jogo de xadress onde o Lorde Toronaga manipula seus movimentos com o objetivo de se tornar o Shōgun do Japão. No final, a pergunta que ficou na mente de todos foi: Como pode um homem ser tão corajoso e tão estúpido, tão gentil e tão cruel, tão caloroso e tão detestável – tudo ao mesmo tempo?
    Eu quero chamar sua atenção e traçar uma paralela do Japão medieval, com o que esta acontecendo aqui no Brasil em pleno século XXI. Com uma nova administração, temos uma nova era a qual exige uma reflexão clara sobre o significado de honra e integridade e eleições confiáveis com lisura, profissionalismo.
    Tudo indica que estamos retroagindo no tempo, fomos dominados pelo consórcio Luladrão – STF o qual, juntos com seus comparsas e através de estratégias de manipulações e fraudes continuam ganhando mais poder e influência. O ápice ou pivo do golpe que praticaram foi o roubo das eleições de 2022 e desta forma se solidificando no poder o qual alcançou níveis tirânicos dentro de uma auto declarada democracia relativa onde burlar a lei se tornou a norma. Chegamos ao ponto onde nossos usurpadores podem privár-nos de nossos sonhos, de nosso propósito mais elevado na vida, os parasitas do poder possuem a capacidade de matár-nos sem armas, sem nunca tocar em nós. Durante o governo de Bolsonaro, a Liberdade estava ao alcance de todos. Porém, o povo não valorizou a liberdade, porque tinha o suficiente e acreditavam que a vida poderia continuar sem liberdade e, como tal, nosso Tirano atual enganou e manipulou o povo fazendo-nos acreditar que ele nos salvou do perigo chamado Liberdade. E se apresenta como o Líder Supremo Salvador, e sua recém-criada Ordem Mundial das Trevas como Vida.
    Os nossos Direitos Naturais de: – Vida, Liberdade e Propriedade que são os frutos do nosso trabalho – são direitos inalienáveis que muitas pessoas ao redor do mundo têm e partilham, isto é, pessoas que vivem em paises livres e democráticos, infelizmente aqui no Brasil esses direitos estão sendo atacados a cada passo. O pior, é que nossa maioria aceita isso sem questionar ou qualquer protesto ou resistência. Calar é consentir, se continua-mos neste rumo estaremos abdicando nossa liberdade e aceitando a tirania. Infelizmente, como um povo, estamos seguindo, a ideia de bravura de uma ovelha: tornar-se o animal de estimação de um lobo.
    Graças a Deus ainda temos jornalistas como o Guzzo que não vende seus serviços ao consórcio Luladrão – STF como fazem os jornalistas de aluguel. Mas por mim, prefiro morrer como um homem livre lutando para permanecer livre do que viver em um mundo sem liberdade. Se não repensarmos seriamente o curso atual da nossa nação, qualquer conversa sobre liberdade ficará no passado do século XV.

    1. Francisco de Assis Bonfati
      Francisco de Assis Bonfati

      Faço minhas as suas sábias palavras. Esmorecer jamais.

    2. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
      Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

      Ed Camargo faz bons comentários. Sugiro até a Revista Oeste ofertar uma coluna por edição para os assinantes.

      1. Celso Ricardo Kfouri Caetano
        Celso Ricardo Kfouri Caetano

        Concordo……

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