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Ilustração: Revista Oeste/Shutterstock
Edição 127

Por que Hollywood trata conservadores como simplórios e palhaços?

A Netflix está na vanguarda do projeto global de promover a política identitária no mundo

Frank Furedi
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Você sabia que o Brasil é o terceiro maior mercado da Netflix em termos de receita e o segundo em número de assinantes? E sabia que a Netflix está na vanguarda do projeto global de promover a política identitária no mundo? Por exemplo, o recém-lançado Queer Eye Brazil tem como objetivo globalizar os típicos valores californianos, que consideram a chamada “heteronormatividade” um crime cultural.

Para a Netflix, o normal é retratar Jesus como um ícone homossexual, como na produção Primeira Tentação de Cristo, de 2019.

Cena do filme Primeira Tentação de Cristo, com Fábio Porchat e Gregório Duvivier | Foto: Divulgação

A empresa promove os valores da Califórnia no mundo todo, mas, claro, em particular nos Estados Unidos. Junto com as principais figuras da indústria norte-americana de entretenimento, ela idealiza constantemente a transgeneridade e vilaniza tacitamente a heterossexualidade. É por isso que, nos últimos anos, a ideologia trans tem aparecido sem parar nas telas de TV. Aliás, como uma jornalista da Salon celebrou recentemente: “O ano de 2021 foi extraordinário para tornar a não binariedade corriqueira […] mais inclusiva […] a cultura pop liderou o ataque para acabar com a binariedade de gênero”.

A identidade não binária em especial está sendo celebrada como um ideal cultural. Tipicamente, personagens não binários em filmes e programas de TV têm muito mais autoridade moral do que os heterossexuais e homossexuais. Nesse sentido, a série Sex Education é paradigmática. Na terceira temporada, a busca dramática por reconhecimento de Cal, estudante não binária, tem como objetivo mostrar que ideias tradicionais de gênero têm um impacto negativo nos jovens. Então a série se posiciona de modo a desacreditar conceitos tradicionais de sexo e gênero.

Personagens da série Sex Education | Foto: Divulgação

Vamos também considerar o personagem não binário Taylor Mason (interpretado por Asia Kate Dillon, que também se identifica como uma pessoa não binária na vida real) em Billions. Mason é a personificação da fantasia da elite cultural do que seria uma pessoa não binária. É a figura mais complexa, multidimensional e sensível da série. Trata-se de um personagem inteligente, perspicaz, enquanto os demais são extraordinariamente rasos, e seus relacionamentos, disfuncionais.

Série Sex Education | Foto: Divulgação


O apagamento de J. K. Rowling

Por milhares de anos, a distinção biológica entre masculino e feminino foi considerada um fato simples da vida. Mas não mais. De acordo com uma pesquisa da Rasmussen Reports, uma minoria significativa de norte-americanos rejeita a afirmação de que masculino e feminino são os únicos dois gêneros.

Enquanto 75% dos entrevistados concordam que existem apenas dois gêneros, 18% discordam. Eles podem ser uma óbvia minoria, mas, como proporção da população norte-americana, é uma quantidade considerável de pessoas.

Enquanto 75% dos entrevistados concordam que existem apenas dois gêneros, 18% discordam

Além disso, essa visão minoritária tem uma influência considerável na vida pública e nas políticas governamentais. Nos Estados Unidos, as pessoas podem mudar a identidade de gênero no passaporte sem documentação; atletas trans que nasceram homens agora podem competir em esportes femininos; as escolas expõem constantemente as crianças à ideologia trans. E tudo isso está acontecendo apesar da oposição popular.

As elites políticas e culturais da atualidade não apenas são indiferentes às opiniões da maioria sobre sexo e gênero: elas consideram essas opiniões ignorantes e preconceituosas. Na verdade, essas elites acreditam que têm a obrigação de educar e “aumentar a conscientização” de seus inferiores culturalmente analfabetos.

autora de harry potter
J. K. Rowling, criadora de Harry Potter | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Divulgação

A mídia, a academia e outras instituições culturais promovem incessantemente a ideologia trans. Nas sociedades ocidentais, as celebridades, as estrelas da mídia e os críticos detêm o monopólio de como o gênero é retratado. O especial muito divulgado da HBO Harry Potter 20th Anniversary: Return to Hogwarts é um exemplo. Por causa de suas opiniões sobre sexo e gênero, J. K. Rowling, criadora de Harry Potter, foi vergonhosamente excluída da programação e apareceu em apenas alguns fragmentos de imagens de arquivo. Isso efetivamente diz ao mundo que as opiniões de Rowling sobre sexo são inaceitáveis. Os membros do elenco dos filmes também foram mobilizados para promover a mensagem de que, se você ama Harry Potter, também deve se posicionar contra as crenças de Rowling.

O que é normal e o que não é

A Netflix e a indústria norte-americana de entretenimento sabem que seus valores californianos são muito diferentes dos ideais de acordo com os quais os brasileiros vivem. No entanto, elas consideram seu papel desafiar os valores tradicionais das pessoas e influenciar os jovens, em especial. Sua meta é subverter a identidade tradicional das pessoas e confundi-las, eliminando a distinção entre o que é normal e o que não é na condução da vida sexual.

Não é tarde demais para dar um basta a essa derrocada ao atoleiro da confusão identitária. A vasta maioria das pessoas está preocupada com o impacto nocivo da ideologia trans. O problema é que elas carecem de um meio para expressar suas preocupações. Em comparação com gigantes de mídia, como a Netflix, elas não têm voz. Ajudar a maioria a encontrar sua voz é um dos desafios mais importantes do nosso tempo.

Leia também “Não deixe que transformem crianças em pacientes”

17 comentários
  1. Marcus Vinicius dos Santos Carvalho
    Marcus Vinicius dos Santos Carvalho

    Vocês deveriam disponibilizar compartilhamento gratuito desse artigo tão importante para conscientização de pais e professores. Isso talvez até ajude a outros como eu , decidir assinar a Revista Oeste. Pensem nisso.

  2. Cleise Ellen Franco
    Cleise Ellen Franco

    Graças 🙏🏼 que não assino mais essa porcaria de Netflix. Dava nojo 🤢 a lacração contínua. Eu não sabia se xingava e vomitava 🤮, ou tentava assistir. Se cada um boicotasse esse streaming, como eu também boicoto a globolixoNaoReciclável, mas infelizmente, o brasileiro , grande parte ainda não acordou, e agora é tarde demais. Desanimador.

  3. Valesca Frois Nassif
    Valesca Frois Nassif

    Essa imposição que enganosamente se intitula inclusão é muito surreal! Excelente artigo!

  4. Ayrton Pisco
    Ayrton Pisco

    É um exercício de lógica estabelecer a relação entre a ideologia de gênero não binário e a esquerda, especialmente pq isto não existe nos países árabes e de esquerda, como China, Cuba etc.

  5. Ordival Affonso Junior
    Ordival Affonso Junior

    Eu penso que o respeito deve estar sempre presente ao considerar as escolhas das pessoas, mas essa imposição é criminosa e deve ser combatida com dureza, principalmente nas escolas para crianças. Pessoalmente, ainda que respeite as escolhas das pessoas, penso que essas escolhas não são naturais, mas sim contrárias a própria natureza humana, que requer que um homem seja um homem e uma mulher seja uma mulher, a despeito da sua necessidade de sobrevivência. Nunca ví o parto de um trans, no máximo de um hermafrodita.

  6. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    São duas estruturas políticas querendo que a minoria prevaleça sobre a maioria, a NOM e o Comunismo. Com certeza as minorias vão ser subjugadas pelo comunismo

  7. Vanessa Días da Silva
    Vanessa Días da Silva

    Ensino meus filhos a biologia. Quanto a orientação sexual, quando mais velhos, cada um seguirá seu caminho sem interferência. Porém esse transtorno ( disforia) a meu ver é patológico, e quando as pessoas se omitem por covardia, estão enaltecendo problemas que na verdade merecem tratamento. Tenho dúvidas se esses que não se acham nada são felizes.

  8. Robson Oliveira Aires
    Robson Oliveira Aires

    Ótimo artigo. Parabéns. Para acabar com essa palhaçada dessa empresa e de outras é só boicotar e não consumir nada do que elas oferecem. Quanto a essas subcelebridades, pseudoartistas e demais corja do bando, são irrelevantes. Não têm credibilidade nenhuma. Não servem para nada. O desprezo já está de bom tamanho para eles.

  9. Sandra A. Hipolito
    Sandra A. Hipolito

    É, sabido da ambição artista de qualquer PAÍS para Hollywood, sendo assim exploram como bem disse FIUZA EM MANUAL DO CAVARDE PAG.89, e complemento , os tímidos, os sensíveis acreditam que está na sexualidade e o COMUNISMO SE APROVEITA DISSO PARA DESSETRUTURAR AS FAMILIAS.

  10. Sandra A. Hipolito
    Sandra A. Hipolito

    A questão de ser CONSERVADOR EM HOLLYWOOD OU NO BRASIL, somos 50% MOCINHOS E 50% BANDIDOS, QUANDO TEMOS PESSOAS 80% MOCINHO, não faz sucesso, pois esses tem FOCO, FORCA E FE E CHEGARAM ONDE QUISER, O OUTRO MESMO NAS NOVELAS ERA PERDEDOR, ENTAO FORTALECE PERSONAGENS, ” FORTALECE” OS CANASTROES, CAFAGESTES, MALANDROS E CAFETAO E ATE TEM QUEM GOSTE.
    O PT estimula CAFETAO( SINDICATOS) que suga dinheiro trabalhador sem dar nada em troca , CAFAGESTE( quer ter empresa não importa se empregado está bem ou nao) e o MALANDRO quer emprego PUBLICO , para esperar os 20 anos pra aposentar.
    Vem PRESIDENTE E MEXE NESSA CURIOLA E VEM PSNDEMIA E TRANSFORMA EM PANDEMONIO O MUNDO E HOLLYWOOD, OU ACHAVA QUE SOBREVIVERIA !? NE NAO GROBO

  11. Thompson Fernandes Mariz
    Thompson Fernandes Mariz

    Vou cancelar minha assinatura da NETFLIX. Se os 75% dos que acreditam em apenas dois sexos, sem essa frescura de gênero, cancelassem suas assinaturas, eles deixavam de brincar com os valores tradicionais e iriam procurar o que fazer. Bando de idiotas.

  12. Claudia Aguiar de Siqueira
    Claudia Aguiar de Siqueira

    É realmente lamentável observar como os jovens estão confusos em meio a tamanhos bombardeio e desinformação. A família, muitas vezes, não consegue livrá-los da influência, quase onipresente, da ideologia da sexualidade não-binária.

  13. Luiz Antonio Fraga
    Luiz Antonio Fraga

    Senhor colunista. O senhor falou, falou e não disse nada… Além disso, não respondeu à interrogação que o senhor mesmo propôs na manchete.

    1. Paulo Ferreira
      Paulo Ferreira

      Pelo que entendi, existe uma cruzada californiana para despertar os jovens para o identitarismo. Por isso, conservadores são ridicularizados. Podia estar mais claro.

  14. João Paulo Abujamra
    João Paulo Abujamra

    É engraçado ler uma crítica a esta nova religião secular usar os mesmos termos dela como “não-binário”.

    Imagina ler uma crítica sobre superstições como macumbaria mas que utiliza os jargões dos macumbeiros normalmente como se fosse a coisa mais natural do mundo. Se isso não demonstra um complexo de inferioridade não sei o que é…

  15. Andre Luiz Rodrigues
    Andre Luiz Rodrigues

    Não assisto nem assino essas porcarias nem a pau, Juvenal! Esquerdopatas e anormais que se explodam, como diria o saudoso Justo Veríssimo! kkk

  16. Rich Fergson
    Rich Fergson

    Na minha casa chamamos a Netflix de Net-lixo.

    A explicação para forçar tanto a barra para desvirtuar as pessoas de bem, é que boa parte dos produtores desse programas sao pedófilos.

    Os pedófilos precisam criar confusão nas mentes jovens, para que seus ataques sejam bem sucedidos.

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