A equipe de segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou os cartazes de servidores públicos que protestavam nesta sexta-feira, 5, em Iguatu, no Ceará.
Os manifestantes trabalham no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e cobravam do governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), melhores condições para a categoria. Lula foi ao Ceará para acompanhar as obras da Ferrovia Transnordestina.
Leia mais: “Lula acusa adversários políticos de ‘preconceito’ contra arte e cultura do Brasil”
“Houve um tempo em que vocês não tinham o direito de protestar nesse país”, afirmou Lula, ao ver os manifestantes com os cartazes. “Quando a gente governa de forma democrática, protestem, reivindiquem, que, se puder, a gente atende. Se não puder, a vida continua.”
Apesar do discurso de Lula, seguranças retiram cartazes dos manifestantes
Ao mesmo tempo em que Lula disse achar “maravilhoso” os cidadãos protestarem, os seguranças da Presidência barraram a entrada de cartazes. Em entrevista ao jornal Diário do Nordeste, um agente justificou a medida.
“O cerimonial informou que não pode entrar com cartaz pelo ambiente em si, porque polui o ambiente”, afirmou o agente. “Para nós, da segurança, o cartaz tapa a cara da pessoa, caso a pessoa resolva fazer algo contra as autoridades. Mas, quando os manifestantes saírem, os cartazes vão estar lá na entrada.”
Um dos servidores do Detran-CE lamentou o episódio, apesar de dizer que respeita a decisão dos seguranças. “Não queremos tumultuar, estamos aqui para chamar a atenção e sensibilizar o governador”, disse Da Silva. “E, quem sabe, até o presidente da República.”
+ Leia mais notícias da Política em Oeste
O manifestante também criticou os obstáculos na negociação de reajuste para a categoria. “Tentamos várias vezes negociar, até mesmo antes de declararmos a greve”, explicou. “Já tentamos contato com o governo, mas, infelizmente, em nenhum momento obtivemos êxito. Infelizmente, a última saída foi esta: entramos em greve.”
O líder do governo Elmano na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Romeu Aldigueri (PDT), rebateu as acusações dos servidores e garantiu que o Estado tem buscado chegar a um acordo.
Leia também: “Assim não há democracia”, artigo de Alexandre Garcia publicado na Edição 211 da Revista Oeste