Eleições fazem despontar vencedores improváveis, mas também condenam políticos conhecidos ao ostracismo e ao anonimato.
Quem vota no vai da valsa é maria vai com as outras, expressão do português para designar a pessoa facilmente influenciável, sem vontade própria, seguidora de manadas. A Maria desta expressão é a rainha portuguesa Dona Maria I, mãe de Dom João VI, avó de Dom Pedro I. Quando morava no Rio, já abúlica, era conduzida por duas atendentes chamadas Maria, sem as quais nada podia fazer. Só saía com as duas Marias. Foi a primeira Maria vai com as outras da História.
Ironia: quando voltava para Portugal em 1821, levando os restos mortais da mãe, Dom João VI saboreava a derrota de Napoleão Bonaparte. O imperador que os colocara para correr em 1807 estava preso na Ilha de Santa Helena.
No ano do bicentenário de nossa independência política, proclamada pelo neto da Rainha Louca às margens plácidas do Ipiranga, como diz o Hino Nacional, nenhum deles foi para o ostracismo. As personalidades da monarquia luso-brasileira permaneceram no imaginário popular.
Tal como a expressão, a palavra ostracismo também tem berço curioso. Veio do grego “ostrakhismós”, de “ostreon”, ostra, e “ostrakon”, cerâmica neste formato. A explicação é a seguinte: na Grécia Antiga, a aplicação de penas como a desonra, o confisco de bens, o desterro e o banimento era feita mediante votação em praça pública. Os cidadãos escreviam sim ou não em pedaços de cascas de ostra, ou cascos de tartaruga untados com cera. Com algumas centenas de votos, o indivíduo era banido por dez anos.
Houve casos emblemáticos desta condenação. Dois famosos generais gregos, Temístocles e Tucídides (depois anistiado), receberam a pena de ostracismo. O grande Péricles quase foi condenado, mas faltaram alguns votos para compor a maioria para desterrá-lo. Para evitar o ostracismo, o filósofo Sócrates suicidou-se tomando cicuta. O escultor Fídias, acusado de roubar o ouro destinado às construções em Atenas, também sofreu ostracismo. Famoso pelas estátuas que fazia, está lembrado nestes versos de O Navio Negreiro, de Castro Alves: “homens que Fídias talhara / Vão cantando em noite clara / Versos que Homero gemeu”.
Nenhum eleitor pode ser maria vai com as outras. Aliás, os eleitores costumam surpreender a quem pensa que eles sejam.
Boa, Nino! O ex-presidiário é político de tempos muito antigos, ainda de primeira geração. Está ultrapassado e delira em querer que o tempo ande para trás… Com sorte, manterá metade da bancada.
Richar quanto delírio de um e energúmeno!
Até eleições se modernizaram, acabou o eleitor maria vai com as outras, agora temos outra definição: COMPRA DE VOTOS, com favores ao eleitor que foi encabrestado por: dentadura, sapato, areia, cimento, tijolos, assim segue a dinastia das famílias que pertencem a este clã chamada: Politica!
Nem precisa chegar a eleição pra perceber isso. O “nine” sempre pareceu mover o eleitor mas, hj, percebemos falta de espontaneidade nessa movimentaçao. Cada apariçao pública se tornou um sofrimento. Ostracismo eh pouco pro sujeito (e seus capangas).
Deonísio, marias e ostracismos à parte, aqui em Floripa tem um restaurante com nome “Maria vai com as ostras”, acrescentando uma pitadinha de humor na sua coluna.