Para o colunista de Oeste, os brasileiros só vão defender o sistema democrático se estiverem convencidos de que há razões claras para fazer isso
“No caso do Brasil, pouca gente acha que o que está aí merece algum tipo de defesa. Porque haveria de merecer, quando se olha o que os donos da nossa democracia fazem no seu dia a dia?”, interpelou o colunista de Oeste J.R. Guzzo em seu mais recente artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo.
Para ele, se a conduta pública das pessoas que operam o sistema democrático é um insulto diário ao cidadão, os brasileiros simplesmente perdem o interesse em proteger as instituições. “Quando acha, depois de anos a fio de desapontamento, que não recebe nada de útil da democracia, também não vai dar nada por ela”, observa.
Guzzo lista vários pontos que causam indignação nas pessoas, entre eles o foro privilegiado, que beneficia 55 mil integrantes da classe política. Portanto, eles não podem ser julgados perante a Justiça comum pelos crimes que cometem. Resumindo: um grupo seleto tem mais direitos que os outros 200 milhões de brasileiros.
O colunista recorda, ademais, que nem mesmo a nova lei para o saneamento básico, que permite às empresas privadas investirem no setor onde 50% das pessoas não tem esgoto, não vai adiante. Os políticos querem manter as estatais que mandam na área, e continuar pedindo verbas para elas; se o problema for resolvido, as verbas param.
Supremo Tribunal Federal
A maioria dos brasileiros não está satisfeita com a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Para Guzzo, membros da Corte estão promovendo a insegurança jurídica.
“O STF, onde há ministros que conduzem inquéritos criminais secretos, censuram órgãos de imprensa ou absolvem donos de empresas de ônibus que roubam o erário, impõe ao país um estado de insegurança jurídica permanente; está destruindo a possibilidade de se prever o que é certo e o que é errado”, afirma Guzzo.
Não só, o colunista de Oeste constata que prefeitos e governadores têm abusado de seu poder, ao mandar a polícia agredir cidadãos, algemar mulheres e prender crianças, com a cumplicidade dos legislativo locais, do Ministério Público e da Justiça, a por aí se vai.
“Que defesa isso tudo merece?”, conclui.
Verdade! Parabéns!
Ainda temos ilhas de saber no jornalismo brasileiro, a saber: José Roberto Guzzo, Augusto Nunes, Alexandre Garcia, Constantino, Silvio Navarro, José Maria Trindade, Patrick Santos. Parabéns
Concordo, Sebastião. Estendendo a matéria do Sr. Guzzo, constato que, PRIVILÉGIOS, não são sinônimos de Democracia. Enquanto somos atendidos pelo SUS, as Elites governamentais são atendidas pela rede Médico-Hospitalar privada.
Perfeito Guzzo!
Excelente texto do isento,honesto e hoje, disparado, melhor articulista político do Brasil.Hoje o STF é uma instituição desacreditada pela população,assim como Congresso.Seus ministros são ridicularizados em conversas de café,zap e mídia social como suspeitos.E de outros pecados mais.Daí bate no teto”STF Vergonha Nacional”no twitter.E não podem sair às ruas.São bem identificáveis e só onze membros.Ninguém quer ouvir falar de deputados ou senadores.Por que o povo iria defender a democracia,se depois de anos não recebe nada de útil de seus condutores,que os insultam diariamente.Não esperem nada das instituições,nem da defesa popular.Parabéns MESTRE GUZZO.
Obrigado pela tua experiência Guzzo.
Ainda bem, que existem pessoas sensatas neste país, quem sabe estes ditos juristas acordem para a verdade e ajudem a construir um bem maior, apoiando a população naquilo que é o melhor. Bravo José Roberto Guzzo
Primoroso!!!!???? Não há defesa possível desse estado de coisas, dessa democracia” para inglês ver” , do falso equilíbrio do sistema de freios e contrapesos, que como vem funcionando, só faz frear as ações do executivo.