O debate de ontem trouxe ao público e especialmente aos eleitores algo muito novo. Um dos candidatos a presidente da República é o padre Kelmon Luís da Silva Souza, um baiano de 45 anos, dos quadros da Igreja Ortodoxa. Ele pede votos, não para si, mas para Jair Bolsonaro, o atual presidente da República, que busca a reeleição.
Não sei se padre Kelmon é arquimandrita ou protossincelo, cargos equivalentes a abade e a bispo no catolicismo, respectivamente. Na Igreja Católica Ortodoxa, algumas designações são diferentes, embora na Igreja Católica Romana tenham prosseguido desde o cisma entre as duas, no ano de 1054, algumas das mesmas palavras na nomenclatura.
Ambas têm párocos, patriarcas, sínodos, mas a Igreja Ortodoxa não tem papa. E não tem purgatório, instância que deslumbrou Dante Alighieri. O celibato não é obrigatório aos padres, e o grego, moderadamente presente na liturgia católica romana, onde prevalece o latim, é abundante na da ortodoxa.
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Quando as câmeras me permitiram, vi que as candidatas foram as primeiras a perceber que ali estava um personagem que as deixou desconfiadas. A senadora Simone Tebet foi pioneira na tarefa de confrontá-lo. Não o achou confiável para com ele confessar-se. De que área serão os maiores pecados dos senadores?
Minha hipótese é que se poderia começar pelos pecados da omissão. Nas sabatinas, nem todos os senadores têm aplicado os critérios de notório saber jurídico e de reputação ilibada ao exame dos candidatos a ministros do STF.
Depois de empossados, muitos deles, em votos monocráticos ou de colegiado, têm pintado e bordado. E o Senado sequer admoesta ou demite os transgressores da Constituição pelos evidentes excessos.
Por exemplo: o STF tem aplicado a censura, indiciado, investigado e punido por conta própria, sem que ninguém o coíba de nada. Os adversários celebram esses feitos indesejáveis. Mas e se de repente o feitiço se voltar contra os feiticeiros, os omissos de hoje continuarão omissos? Poderão ficar sem alternativa.
De todo modo, parece que não foi apenas Simone Tebet que ficou meio desconfiada do padre Kelmon. Muitos brasileiros ficaram um tanto sestrosos diante do novo candidato. Precisamos pesquisar mais sobre esse novo personagem que irrompeu na vida política nacional.
Barrabás também se fez presente ao debate organizado por rádios, revistas e jornais, e transmitido pelo SBT no último sábado. Mas o emblema desta antiga opção judicial e plebiscitária é nosso velho conhecido há quase dois mil anos.
(*) Deonísio da Silva — escritor e professor, Doutor em Letras pela USP e autor do romance “Goethe e Barrabás: as más escolhas que fazemos na vida”, publicado no Brasil e no exterior pelo Grupo Editorial Almedina.
Deonisio da Dilva, você deveria se prepar um pouco mais para comentar sobre o folclórico padre Kelmon. Sobre o cisma, mas sobre o que o papa Paulo VI fez a respeito deste assunto. Sobre o celibato na igreja ortodoxa. Enfim, informações muito rasas, o que lhe tira a credibilidade sobre o que vais opinar a seguir.
Lula tem acenado com várias propostas de cunho esquerdista radical em 2022, tais como revisão de privatizações, descontrole de gastos públicos, aumento de impostos volta da CPMF, libertação de bandidos, apoio financeiro a Cuba e Venezuela, perseguição a membros da Operação Lava Jato e partidos de oposição (direita), banimento de jornais e emissoras de oposição e maior abertura da economia brasileira ao capital chinês, inclusive à colaboração militar.
Em termos geopolíticos, Lula presidente afasta o Brasil dos EUA e nos aproxima da China e da Rússia, que têm interesse em colocar mais bases militares na América do Sul, Atlântico Sul e Pacífico.
Lula não pode ser eleito e, caso seja eleito, deve-se providenciar alguma maneira de impedi-lo de assumir.
Vou deixar bem claro e convicto da vitória de Bolsanaro porque se a justiça tem falhado incessantemente a memória do povo por mais que se esqueça não conseguirá adormecer sobre tantas atrocidades que esse candidato Luís Inácio da Silva causou nosso país . É só refletir e deixar de acreditarem a quem na verdade não tem o mínimo de caráter e bom senso que a fakk lá ar sobre este canalha na vale a pena
É um mentiriso, um ditadora, apoiador de regimes socialistas, um crápula que não n me erice nem o minimo de tempo p ser comentado
2 Santos no debate : padre Kelmon e o Presidente do BRASIL / Bolsonaro 22
Gostei do Padre Kelmon, tem futuro se seguir a cartilha de JB.
Viva o Padre Kelmon!!!
Muito bom o texto. Mas, não é omissão só os pecados dos senadores em geral, ou da Tebet em particular.
Podemos arrolar o pecado da soberba, pela forma agressiva e superior que se dirigiu ao padre ortodoxo, dizendo que não se confessaria com ele. Assim, do nada.
Do nada, não, convenhamos que foi logo após o padre ter jogado no ar sua hipocrisia, aliás, confessada, de que tem um “feminismo particular”. Faltou dizer, e por isto mesmo eu já engato outro pecado omissivo, que seu feminismo varia segundo as circunstâncias, e até deixou bem claro na CPI do Circo, quando não só não defendeu nenhuma das mulheres, médicas honestas, como ajudou a moê-las com seus colegas brucutus, com o que também infringe o mandamento de “não matar”, cometido no mais das vezes e à larga, pela língua deitada na moral alheia.
É bom mesmo que fuja dos confessionários, de preferência os ortodoxos, para evitar muitos paradoxos.
Muito bom o texto!
O citado Padre serviu como escada para o Mandatário mesmo; nada de errado, se formos levar em consideração que todos os candidatos ali sempre focaram em um só oponente.
Muito me lembrou do Plínio de Arruda Sampaio…