Oscar Wilde, nascido em 16 de outubro de 1854, em Dublin, Irlanda, foi uma das figuras mais brilhantes e controversas da literatura vitoriana. Filho de Sir William Wilde, um cirurgião, e Jane Wilde, uma poetisa conhecida pelo pseudônimo Speranza, Wilde cresceu em um ambiente culturalmente rico que influenciou fortemente sua trajetória artística.
Wilde começou sua carreira literária como poeta e foi rapidamente reconhecido por seu estilo único e sua personalidade excêntrica. Seu primeiro sucesso notável foi o livro Poemas (1881), que chamou a atenção da crítica. Depois disso, o artista partiu para uma turnê de palestras nos Estados Unidos, onde promoveu o movimento estético, que defendia a arte pela arte.
+ Leia mais notícias de História em Oeste
Durante os anos 1890, Wilde alcançou o auge de sua fama com uma série de peças teatrais de sucesso, como O Leque de Lady Windermere (1892), Uma Mulher Sem Importância (1893), Um Marido Ideal (1895) e sua obra mais famosa, A Importância de Ser Prudente (1895). Suas peças se destacaram pelo uso de diálogos espirituosos e a crítica social sofisticada, o que o consolidou como um dos principais dramaturgos da época.
Contudo, sua ascensão meteórica foi seguida por uma queda dramática. Sua associação com Lord Alfred Douglas, um jovem aristocrata, levou a um confronto com o pai de Douglas, o marquês de Queensberry, que acusou Wilde de sodomia. O escritor processou Queensberry por difamação, mas o caso resultou em sua própria prisão. O dramaturgo foi condenado por “comportamento indecente” e sentenciado a dois anos de trabalhos forçados.
Leia mais:
Oscar Wilde teve um fim de vida melancólico
Depois de cumprir pena em prisões como Pentonville e Reading Gaol, Wilde emergiu como um homem quebrado, tanto física quanto emocionalmente. Ele se exilou na França, onde adotou o pseudônimo de Sebastian Melmoth, em referência ao personagem de Melmoth, o Errante, de seu ancestral Charles Maturin. Seus últimos anos foram marcados por pobreza, isolamento e problemas de saúde.
Mesmo assim, Wilde continuou a produzir obras de grande impacto. Em 1898, publicou A Balada do Cárcere de Reading, um poema com base em suas experiências na prisão. Este trabalho é considerado uma de suas obras mais emocionantes, que reflete a dor e o sofrimento que enfrentou nos anos finais de sua vida.
Oscar Wilde morreu em 30 de novembro de 1900, em um hotel barato em Paris, vítima de uma meningite agravada por uma infecção de ouvido. Ele foi inicialmente enterrado no Cemitério de Bagneux, mas seus restos foram transferidos em 1909 para o Cemitério Père Lachaise, onde foi erigido um monumento em sua homenagem, financiado por admiradores.
Wilde foi um crítico feroz da hipocrisia da sociedade vitoriana e um defensor da liberdade individual. Sua obra continua a ser amplamente lida e estudada, e ele é lembrado tanto por sua brilhante carreira literária quanto por sua trágica queda, que, paradoxalmente, apenas reforçou sua relevância histórica. Hoje, o escritor é celebrado como um mártir da liberdade de expressão.
Leia também: “A higienização da cultura”, artigo de Dagomir Marquezi publicado na Edição 154 da Revista Oeste