A Polícia Civil do Estado de São Paulo indiciou, na quinta-feira 26, o pai do adolescente de 16 anos que foi o autor dos disparos na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste da capital paulista. O homem vai responder por porte irregular de arma e omissão de cautela, artigos 12 e 13 do Estatuto do Desarmamento. O ataque aconteceu na última segunda-feira, 23, deixando uma aluna morta e duas feridas.
O adolescente atirador, que foi apreendido por policiais, usou um revólver calibre 38. Na manhã seguinte ao crime, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou que a arma estava legalizada e pertencia ao pai do garoto assassino. O homem não teve a identidade revelada.
Leia também: “Polícia investiga vazamento de vídeos do ataque a escola”
Os crimes atribuídos a ele correspondem a quando o responsável deixa de prestar os cuidados necessários para que o menor de idade não tenha acesso a arma de fogo. A pena por posse irregular de arma de uso permitido vai de um a três anos de reclusão e multa. A pena de omissão de cautela vai de um a dois anos de reclusão, além de multa.
Por meio de nota, a Secretária de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso continua sendo investigado: “O procedimento será encaminhado à Justiça para análise”, diz a pasta. O órgão comunicou, ainda, que “demais diligências prosseguem para a conclusão do inquérito policial”.
A linha de investigação
A Polícia Civil de São Paulo trabalha com a hipótese de que o adolescente de 16 anos, autor dos disparos e também aluno da escola, não tenha agido sozinho.
Leia também: “Brasil teve 36 ataques a escolas em 22 anos”
De acordo com os policiais, o garoto fazia parte de grupos em plataformas digitais e, frequentemente, interagia com outras pessoas que também poderão ser implicadas nas investigações do crime.
O celular do adolescente foi apreendido para averiguação. A Polícia Civil pediu apoio ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para entender melhor como se davam as interações do adolescente nas redes sociais. O ministério tem um laboratório especializado em crimes cibernéticos.
Relembre o ataque
Na manhã de segunda-feira, 23, um adolescente de 16 anos entrou na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, onde estudava, e fez vários disparos com arma de fogo.
Um dos tiros atingiu a menina Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, na cabeça. No momento em que o atirador entrou, ela estava na escada da escola.
Leia também: “Aluna morta no ataque a escola em SP estava feliz com novo curso remunerado”
Giovanna chegou a ser socorrida por um helicóptero de resgate, mas não resistiu. Outras duas alunas ficaram feridas e foram levadas para o pronto-socorro do Hospital Estadual de Sapopemba, que fica a menos de 800 metros da escola.
Um terceiro estudante feriu-se na mão ao tentar quebrar uma janela para escapar do ataque.
O adolescente autor dos disparos foi apreendido. A polícia informou que, em de 24 abril, portanto, seis meses antes do ataque a escola, o garoto registrou ocorrência alegando ser vítima de agressões e ameaças.