Pais gastam R$ 3 milhões de arrecadação de filho doente

Um casal foi preso em Joinville (SC), nesta quarta-feira, 22, por desviar R$ 3 milhões da campanha de arrecadação dedicada ao filho, Jonatas. O menino, que lutava contra a doença de atrofia muscular espinhal (AME), faleceu aos 5 anos, em 2021.

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“Nosso pequeno grande guerreiro acordou bem, sorriu, tomou seu leitinho e voltou a dormir”, escreveu os pais, no dia 24 de janeiro de 2022. “Dormiu o sono eterno ocasionado por uma parada cardíaca.”

Os pais, Renato e Aline Openkoski, criaram a campanha “AME Jonatas” em 2017 para arrecadar recursos para o tratamento da criança. O movimento ganhou repercussão nacional e contou com a ajuda de diversas pessoas ao redor do país.

Início das investigações e bloqueio de bens com dinheiro da arrecadação

Em janeiro de 2018, a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) de Joinville começou a investigar as arrecadações por suspeita de apropriação indébita. O pedido foi feito pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC).

Com a ação, a Justiça bloqueou cerca de R$ 3 milhões levantados pela campanha. Foi encontrado também um veículo de R$ 140 mil que estava em nome dos pais da criança.

Em março de 2018, a DPCami cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do casal. Na operação foram apreendidos diversos produtos e roupas de marcas famosas. Um veículo de luxo também foi confiscado. A Polícia Civil indiciou os pais de Jonatas por estelionato e apropriação indébita em 2018.

De acordo com a investigação policial, o casal fugiu de Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina, onde residiam. Eles foram encontrados no bairro Morro do Meio, em Joinville — onde foi lançada a campanha de arrecadação, no ano de 2017.

Em outubro de 2022, os pais foram condenados pela Justiça catarinense por estelionato e apropriação de bens. O advogado responsável pela defesa dos pais, Emanuel Stopassola, disse que “serão defendidos o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e todos os meios de prova e recursos inerentes”.