O escritor e político português Adriano Moreira, que morou no Brasil na década de 70, morreu neste domingo, 23 de outubro de 2022. Completara cem anos no dia seis de setembro último.
Estive com ele pela última vez em outubro de 2019, na linda sede da Academia das Ciências de Lisboa, que data do Século XVIII, depois de um evento acadêmico em que fizemos intervenções sobre o Marquês de Pombal na honrosa companhia de Artur Anselmo, José Luís Cardoso e José Carlos Gentili, entre outros.
Adriano Moreira era colunista do Diário de Notícias, de Lisboa. O último artigo foi publicado em julho de 2022. Seu percurso de intelectual independente fez com que fosse perseguido por esquerda e direita, incluindo ser preso pelo mesmo governo que depois o fez ministro.
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Em 1975, veio morar no Brasil, onde foi professor da PUC, no Rio, e conselheiro da Universidade Cândido Mendes. Não guardava ressentimentos. Católico, quando pecou, arrependeu-se. E quando convencido por outrem, mudou.
Era um homem de muitas leituras, cuja amizade e admiração eram de figuras que iam de Salazar a Mário Soares.
Eis dois de seus muitos livros:
• A Europa em Formação (Lisboa, 1974)
• Legado Político do Ocidente – Colaboração – (São Paulo, 1978)
Portugal perdeu um grande autor, um intelectual gigante. E nós perdemos um confrade cuja companhia nos fazia bem.
A convite do Prof. Pedro Calmon deu muitas aulas inesquecíveis de História das Ideias Políticas, em 1975, no Mestrado em Direito Público da UFRJ.
Tive a honra e o privilégio de ser sua aluna nos idos de 1975. Obrigada, Professor.