Um estelionatário que integrava uma quadrilha que aplicava o chamado golpe do falso site de leilão de carros fugiu para os Estados Unidos depois de faturar R$ 470 mil com o grupo criminoso de São Paulo. Lucas Simões deixou o país sozinho durante uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em que culminou na prisão de sua mulher.
Ao todo, a polícia cumpriu 10 mandados de prisão, 10 mandados de busca e apreensão, 50 bloqueios de contas bancárias e realizou a derrubada de 540 domínios de sites falsos. Além de Lucas, outro integrante do grupo, Caio Souto Maior, também é considerado foragido.
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Segundo o delegado Erick Sallum, da 9ª Delegacia de Polícia, o grupo clonava sites de empresas reais de leilão de veículos. A única diferença entre os sites era a extensão do endereço eletrônico. O verdadeiro tinha domínio “.com.br” e o clonado tinha a terminação “.net”.
Depois de clonar os sites verdadeiros, os criminosos impulsionaram os mecanismos de pesquisa para fazerem as vítimas acreditarem que se tratava da empresa original.
A vítima, ao entrar no site falso, era direcionada para um sistema de atendimento de WhatsApp. A partir disso, os estelionatários se passavam por representantes da empresa e induziam o cliente a fazer depósitos para lances em veículos.
Os criminosos apresentavam notas falsas de arrematação para as vítimas, que só se davam conta do golpe meses depois quando o carro não era entregue e percebiam que tinham sido bloqueadas pelo WhatsApp de atendimento da falsa empresa.
Polícia fecha ‘escritório do crime’
A quadrilha agiu por 5 anos, com escritório físico localizado em um prédio comercial de Santo André, em São Paulo —um dos locais alvo de busca e apreensão da polícia. Os integrantes do grupo batiam ponto das 8h às 18h no local e trabalhavam o expediente aplicando golpes.
A Polícia Civil também conseguiu mapear um laranjal de contas bancárias em mais de 10 instituições financeiras. As contas eram usadas pelo grupo para receber os valores e depois repassar a quantia em diversas transferências. Com isso, os criminosos conseguiam dificultar o rastreio do dinheiro.
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Em sua maioria, as contas eram titularizadas por moradores em comunidades do Rio de Janeiro. “Essa era mais uma mais uma estratégia dos criminosos”, disse o delegado Erick Sallum. Segundo o investigador, o objetivo era “direcionar a investigação para o Rio, quando em verdade eles estavam sediados em São Paulo.”