Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) mostrou indícios de irregularidade em um patrocínio de R$ 18 milhões do Serviço Social do Comércio do Rio de Janeiro (Sesc-RJ) ao Rio de Janeiro Vôlei Clube (RJVC), hoje Sesc/Flamengo.
Esse time foi criado pelo técnico Bernardinho e o repasse ocorreu mesmo sem que o time tivesse jogado, já que as partidas foram canceladas em razão das restrições impostas pelos governos durante a pandemia de covid-19.
+ Leia as últimas notícias do Brasil no site da Revista Oeste.
Segundo a auditoria, até mesmo a negociação do patrocínio já ocorreu no período de restrições da pandemia e o contrato previa a contrapartida do clube em eventos presenciais, que nunca foram realizados.
“Dos sete eventos/atividades estabelecidos na contrapartida apenas a atividade relacionada às ações digitais foi cumprida em sua totalidade. Os eventos/atividades restantes não alcançaram a meta referente ao quantitativo de ações a serem executadas, mas a maior parte dos eventos teve um resultado positivo na meta relacionada ao alcance de público”, avaliou a CGU, na auditoria, conforme trecho citado pelo site Metrópoles.
Record TV acaba com área de esporte e muda modelo de gestão
A CGU informou que o contrato foi firmado em junho de 2020, com validade para as temporadas de 2020/2021 e 2021/2022. “Constatou-se que o gestor, mesmo ciente das restrições impostas pela pandemia covid-19, firmou um contrato de patrocínio com o estabelecimento de eventos/atividades de contrapartida incompatíveis com o cenário social existente, resultando na sua execução parcial”, afirmou a CGU.
Criado em 1997 por Bernardinho, o RJVC é considerado o principal time de vôlei do país. O clube já conquistou 12 Superligas de Vôlei, quatro Sul-Americanos e quatro Copas do Brasil.
Controladoria recomenda regulamentação de patrocínio ao Sesc-RJ
No relatório da auditoria, a CGU recomendou a inclusão de uma cláusula em contratos de patrocínio que vincule a liberação de recursos mensais apenas mediante aprovação da prestação de contas do mês anterior, “de modo a minimizar o risco de descumprimento da contrapartida acordada”.
+ Comissão de Ética da Presidência aprova quarentena mensal de R$ 41 mil a Ana Moser
Em ofício enviado à CGU, o Sesc-RJ informou que pretende atender ao pedido da CGU, com a inclusão, “na nova versão do normativo, dos ajustes necessários para atendimento da recomendação”.
Sobre a não execução das contrapartidas pelo time de vôlei, o Sesc-RJ informa que “os resultados vêm sendo alcançados e dentro de um processo de melhoria contínua, adotaremos procedimentos sistemáticos e avaliação e mensuração de resultados”.