O Brasil teve 36 ataques a escolas em 22 anos. O 36º ocorreu na manhã desta segunda-feira, 23, na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo.
Em Sapopemba, um aluno matou uma colega e feriu outras duas. O primeiro atentado do tipo no país ocorreu em Macaúbas, na Bahia, em 6 de agosto de 2001.
Nestas duas décadas, 102 pessoas foram feridas. Giovanna Bezerra, que foi morta com um tiro na cabeça no ataque desta segunda-feira, é a 35ª pessoa assassinada nesse tipo de atentado, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Ataque a escolas: parte dos agressores tinham 13 anos
Os mortos de todos os atentados às escolas no Brasil somam 17 meninas, 12 meninos, quatro professoras, uma coordenadora e uma inspetora.
Os dados são de um relatório assinado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que integram o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (Gepem).
Quase 60% desses 36 ataques aconteceram no período pós-pandemia. Aconteceram 21 ataques — que representam 58,3% do total — desde fevereiro de 2022, quando as escolas reabriram depois do fechamento de quase dois anos em algumas regiões. No período, 11 pessoas foram assassinadas.
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Foram 10 ataques em 2022 e 11 até outubro de 2022. Dos 38 autores dos atentados, sete deles tinham 13 anos quando fizeram os ataques, sendo esta a idade mais comum. Outros dois agressores tinham 12 anos, e um deles tinha 10.
Em mais de 60% dos casos (23 deles), os autores dos ataques haviam passado por processo de radicalização on-line. Além disso, 80% das escolas atacadas estão em locais de nível socioeconômico médio, médio-alto e alto.
Os agressores usaram armas de fogo em 17 dos 36 casos, e usaram facas em 15 deles. Sete deles tinham acesso a armas de dentro de casa, e seis compraram de terceiros.