No início de janeiro, a Neomille, um braço da Cerradinho Bioenergia, deu início à operação de uma nova usina para a produção de etanol de milho. A unidade fica em Maracaju, Mato Grosso do Sul, e tem capacidade para gerar 266 milhões de litros do combustível por ano.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento, o Brasil deve fabricar cerca de 6 bilhões de litros de etanol de milho na safra de 2024. Desse modo, a capacidade da nova usina da Cerradinho equivale a cerca 6% da produção brasileira.
Etanol de milho, ração, óleo e até energia elétrica
Sem prejuízo no volume combustível, o lugar gerará três subprodutos. São eles: energia elétrica, o DDGS — um farelo rico em proteína que serve como complemento na alimentação de aves e suínos — e óleo com aplicações tanto para a produção de biodiesel quanto para a fabricação de rações para animais e sabão.
O volume de energia elétrica, por exemplo, deve abastecer toda a demanda da usina e ainda gerar o excedente de 51 GWh. O grupo pretende vender o extra na rede pública. O consumo médio das residências do país (150 kWh por mês), desse modo a carga comercializável é suficiente para abastecer os domicílios de um município de 280 mil habitantes por um ano.
Estima-se que a capacidade para produzir DDGS seja de 161 mil toneladas. Esse material é rico em proteína, com índices que variam entre 30% e 40% da composição, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Para o óleo, a geração é estimada em 10 mil toneladas. Esse composto é uma fonte de gordura vegetal boa e ácidos graxos. Além disso, ele tem baixo colesterol.
R$ 1 bilhão em investimentos
A construção da planta industrial demorou 18 meses. O investimento da Cerradinho na fase de implantação chegou a R$ 1 bilhão. A obra envolveu 4,5 mil profissionais. A operação da usina de etanol de milho de Maracaju deve empregar 200 funcionários diretos e 600 trabalhadores indiretos. A instalação tem 115 hectares, cerca de 1 milhão de metros quadrados.