Um novo estudo revela detalhes sobre a extinção do rinoceronte-lanoso, uma das criaturas mais icônicas da Era do Gelo. Originado no planalto tibetano há cerca de 2,5 milhões de anos, o Coelodonta antiquitatis, o rinoceronte-lanudo, se espalhou pela Eurásia, mas não cruzou a Beríngia rumo às Américas.
Liderado por Damien Fordham, da Universidade de Adelaide, o estudo utilizou dados de fósseis, DNA antigo, clima e arqueologia para simular a população da espécie de rinoceronte peludo entre 50 mil e 9 mil anos atrás, quando seus últimos exemplares desapareceram no nordeste siberiano.
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O rinoceronte-lanudo, apesar de sua ampla distribuição, tinha uma baixa capacidade de migração. A espécie se alimentava de vegetação rasteira em estepes secas e usavam seus chifres para cavar neve fina no inverno em busca de comida. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Condições ambientais para o rinoceronte-lanudo
As flutuações climáticas do final da Era do Gelo fragmentaram as áreas de estepe, substituindo-as por florestas e dividindo a espécie em subpopulações isoladas. A dificuldade em encontrar parceiros adequados reduziu as chances de reprodução saudável do rinoceronte-lanudo.
O aumento da umidade e da neve durante os invernos dificultou ainda mais o acesso ao alimento, já que os animais não conseguiam cavar a neve para encontrar capim.
A chegada do Homo sapiens às regiões frias da Eurásia também coincidiu com a extinção do rinoceronte-lanoso. Embora a pressão de caça fosse modesta, ela contribuiu para o declínio de uma espécie já enfraquecida.
Reflexões atuais
O estudo sugere que muitas condições adversas devem ocorrer simultaneamente para que um grande mamífero desapareça. A lição é que sabemos o que precisa ser feito para prevenir extinções semelhantes hoje.