Em 8 de setembro de 1944, a Alemanha lançou mísseis V-2 contra Londres durante a Segunda Guerra Mundial. Diferentemente dos ataques aéreos da Blitz, os alemães dispararam os mísseis a partir do continente europeu. Esses ataques resultaram na morte de quase 9 mil civis em Londres e no sudeste da Inglaterra.
O V-2, ou Arma da Vingança 2, em alemão, era um míssil balístico desenvolvido pela Alemanha especificamente para atingir Londres e, posteriormente, Antuérpia, na Bélgica. Esses mísseis são reconhecidos como os primeiros de combate de longo alcance e pioneiros a entrar no espaço sideral. Eles são precursores dos foguetes modernos, usados nos programas espaciais dos Estados Unidos e da União Soviética.
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Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, os governos dos EUA, da União Soviética e do Reino Unido obtiveram acesso aos projetos técnicos do V-2 e aos cientistas alemães que desenvolveram esses foguetes. A propaganda nazista apresentou essa arma como uma retaliação aos bombardeios aliados contra cidades alemãs, ocorridos desde 1942 até a rendição alemã.
Desde setembro de 1944, mais de 3 mil mísseis V-2 foram lançados contra alvos aliados, principalmente Londres e, posteriormente, Antuérpia e Liège.
O surgimento dos foguetes V-2
Foi um dos primeiros mísseis balísticos de longo alcance e uma importante realização tecnológica durante a Segunda Guerra Mundial. Desenvolvido na Alemanha, sob a liderança do engenheiro Werner von Braun, o V-2 marcou um avanço significativo na tecnologia de foguetes e na exploração espacial futura.
Seu desenvolvimento começou na década de 1930, com o objetivo de criar um míssil que pudesse atingir alvos a grandes distâncias. Ele utilizava um motor de foguete líquido, alimentado por uma combinação de álcool e peróxido de nitrogênio como oxidante. Esse sistema de propulsão permitiu que o foguete alcançasse velocidades de até 5,6 mil km/h e atingisse altitudes de cerca de 189 km antes de reentrar na atmosfera.
Com alcance de aproximadamente 300 km, o V-2 era capaz de causar danos significativos em alvos aéreos e terrestres. O foguete tinha uma trajetória balística, o que significa que sua trajetória seguia uma curva parabólica depois o lançamento, e a precisão não era tão alta quanto os mísseis modernos.
Depois da Segunda Guerra Mundial
Apesar das limitações táticas durante a guerra, o V-2 foi um marco tecnológico. O trabalho de Wernher von Braun e equipe forneceu a base para o desenvolvimento de foguetes e espaçonaves no pós-guerra.
Depois da Segunda Guerra Mundial, muitos dos cientistas e engenheiros envolvidos no programa V-2 foram capturados e levados para os Estados Unidos, onde contribuíram para o programa espacial norte-americano. Isso incluiu o desenvolvimento do foguete Saturno V, que levou os astronautas à Lua durante o programa Apollo.
Esse míssil também teve impacto no desenvolvimento de tecnologia de mísseis balísticos e na exploração espacial. Muitos dos princípios de engenharia e design utilizados no V-2 foram aplicados em tecnologias modernas de foguetes.
O desenvolvimento e uso desse míssil foram acompanhados por controvérsias éticas significativas. O programa de foguetes empregou trabalho forçado e prisioneiros de guerra em condições brutais. Muitos dos trabalhadores que ajudaram a construir os V-2 eram prisioneiros dos campos de concentração, e as condições de trabalho eram extremamente severas.
O legado do V-2 é complexo; reflete tanto avanços científicos e tecnológicos significativos quanto os aspectos sombrios da guerra e da exploração humana.