A Polícia Civil, por meio do Deinter-5, em São José do Rio Preto, deflagrou na quinta-feira 30 uma megaoperação contra crimes cibernéticos. A Operação Cyberconnect cumpriu 167 mandados de busca e apreensão e 1 de prisão em várias cidades do Estado de São Paulo, na capital e também em Curitiba, Palmas e Cuiabá.
Participaram da ação 660 policiais civis do Deinter de Campinas, Ribeirão Preto, Bauru, Santos e Piracicaba.
Foram instaurados 50 inquéritos policiais para investigar a ação de grupos que praticam crimes cibernéticos. A investigação identificou pelo menos 3 mil vítimas dos golpistas virtuais somente na região de São José do Rio Preto, que tiveram um prejuízo estimado em R$ 30 milhões. Dez sites são investigados.
Governo de São Paulo comemora megaoperação da Polícia Civil contra golpistas digitais
“A megaoperação é um marco no combate a esta modalidade criminosa, que tem feito cada vez mais vítimas, que é o estelionato virtual”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. “Até então, as investigações contra este crime eram feitas de forma difusa, o que dificultava a repressão. Com essa operação conjunta, a Inteligência da polícia vai poder identificar as quadrilhas que agem no ambiente cibernético e causam prejuízo a milhares de pessoas.”
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De acordo com Derrite, o prejuízo às vítimas não é apenas financeiro, mas também psicológico. “A pessoa que cai nestes golpes virtuais, principalmente idosos, sofrem demais”, constatou. “Muitas vezes, elas perdem tudo que têm.”
Cuidado: bandidos usam Pix para aplicar golpes
Um dos crimes cibernéticos, também alvo de operações policiais, envolve o Pix. Recentemente, as autoridades descobriram um novo vírus que frauda compras on-line realizadas pelo computador. Isso faz com que o destinatário do Pix seja alterado no momento da transferência.
Segundo a empresa de segurança virtual Kaspersky, o programa infecta a máquina do usuário e pode prejudicar qualquer site que aceite essa forma de pagamento.
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O pesquisador Fábio Marenghi descobriu que um dos pontos de infecção era um site falso do WhatsApp Web, versão para navegadores do app de mensagens.
Esse site falso aparecia na primeira posição da pesquisa do Google quando usuários digitavam WhatsApp com a grafia errada “Watsap Web”. O site foi retirado do buscador depois do contato da kaspersky.
Marenghi também encontrou um instalador do GoPix que usava o site dos Correios como isca.
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O programa espionava a vítima por um tempo até detectar o momento de compra online via Pix. Segundo a Kaspersky, o vírus funciona apenas caso a pessoa escolha a transferência na modalidade copia e cola.
Os usuários podem evitar o golpe ao conferir o destinatário do Pix, que nesses casos será diferente da loja.
Como evitar esse tipo de golpe?
Para evitar o vírus, os usuários devem baixar programas apenas em sites oficiais, verificar os erros ortográficos, checar se o site tem criptografia atual a partir do código “https” no início da URL e ter um antivírus instalado. A vítima só é infectada se abrir o programa baixado ao acessar o site falso.
No caso do GoPix, os criminosos adotam estratégias para burlar o antivírus. O site falso do WhatsApp, por exemplo, apresentava a opção de download do vírus apenas depois de verificar que a pessoa tinha indícios de comportamento humano, para despistar bots de monitoramento.
Em smartphones Android, já foram identificados vírus que desviam Pix no aplicativo bancário. O golpe ficou conhecido como “mão fantasma”.
A pena para esses crimes deveriam ser de 38 anos e 14 dias de cadeia em regime fechado.
Parabéns à Polícia Civil. Em todas as forças policiais há pessoas sérias. Contamos com vocês e apoiamos.