Mais de 120 dias depois que as enchentes inundaram 478 cidades do Rio Grande do Sul, a família Nascimento permanece sem casa. Milton; Gabriela; a mãe de Milton, Lauria; e a filha do casal, Natália, de 10 anos, dormem embaixo de uma ponte rodoviária. O local fica na Ilha dos Marinheiros, na Região Metropolitana de Porto Alegre,
As inundações desabrigaram meio milhão de pessoas e afetaram mais de 2 milhões, segundo dados da Defesa Civil.
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A família, que possui três porcos, 24 cabras, dois javalis, cinco cavalos e dez cães, enfrenta dificuldades para encontrar um novo lar, adequado para todos. O trio improvisou o local com paletes de madeira. Além do material, usaram cobertores como isolantes térmicos.
Dentro do espaço, onde é necessário abaixar para entrar, há uma divisão em que a parte inferior contém um fogão, um armário, uma máquina de lavar, uma televisão e um sofá. O chão de terra é forrado por uma lona azul.
Eles informaram à equipe de Oeste que receberam o auxílio-reconstrução do governo federal, de R$ 5,1 mil. Além do valor, tiveram acesso aos R$ 2,5 mil disponibilizados pelo governo estadual por meio do Cartão Cidadão. Esse recurso devolve aos cidadãos inscritos no CadÚnico parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
Família opta por ficar sob a ponte depois de enchentes
Apesar da disponibilidade de abrigos, a família prefere escolheu ficar sob a ponte. Segundo Milton, eles temem saques e ficam preocupados com o bem-estar dos animais.
Os 44 bichos vivem em currais improvisados ou amarrados nas proximidades. Eles se mudaram para debaixo da ponte em julho, depois de dois meses morando em uma van na beira da rodovia, em razão das enchentes. Sob a ponte, montaram uma tenda com cobertores e placas de isolamento térmico, anexa a um pilar.
Uma geladeira quebrada serve de armário para proteger os alimentos dos ratos, e a família dorme em colchões em um mezanino de madeira. Os veículos que cruzam a ponte fazem o refúgio tremer.
Dificuldades com infraestrutura básica
A mãe de Milton, Lauria, de 80 anos, juntou-se a eles há um mês. A maior dificuldade é a falta de infraestrutura para higiene. Eles usam uma tenda como banheiro e tomam banho com baldes de água fornecidos pelo governo municipal.
Segundo Milton, a Prefeitura de Porto Alegre retirou o banheiro sob a justificativa de que o contrato com a empresa que concedeu a infraestrutura dos banheiros acabou.
Em resposta à situação precária da família, o empresário Samuel Rodovalho e alguns colegas iniciaram um projeto para erguer casas a famílias desamparadas. A próxima será a de Nascimento.
“Achamos uma tecnologia mais sustentável e isotérmica”, relatou Rodovalho a Oeste. “Temos mais de cem famílias no nosso cadastro cujas casas foram completamente levadas pelas enchentes e querem novas. Construímos uma com 36 metros quadrados em menos de 25 dias.”
Leia também: “O poder do povo”, reportagem de Tauany Cattan publicada na Edição 218 da Revista Oeste
A família precisa ter calma. O ministro já vai agir…
Que bando de incompetentes.
O povo gaúcho tem que dar um basta nisso não elegendo essa gente desqualificada.